O Ministério de Minas e Energia confirmou nesta segunda-feira (28) a indicação do economista Adriano Pires para o cargo de presidente da Petrobras. O atual presidente, general Joaquim Silva e Luna, já foi avisado pelo governo que não continuará no cargo, apesar de ainda ter um ano de mandato.
Como acionista controlador, o governo federal tem a prerrogativa de apresentar uma relação de indicados para o Conselho de Administração da empresa e o presidente tem que ser integrante do colegiado.
Além de Adriano, o MME também indicou Sonia Villalobos, Luiz Henrique Caroli, Ruy Schneider, Márcio Weber, Eduardo Karrer e Carlos Eduardo Brandão para o conselho, além do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, para presidir o colegiado.
Após o governo indicar os novos integrantes do Conselho de Administração, os acionistas precisam aprovar o nome sugerido para a presidência em votação durante Assembleia-Geral Extraordinária, marcada para 13 de abril.
Segundo o currículo apresentado pelo MME, Adriano José Pires Rodrigues é graduado em Economia, com doutorado em Economia Industrial pela Universidade de Paris XIII e mestrado em Planejamento Energético. Atualmente, é diretor-fundador do Centro Brasileiro de InfraEstrutura (CBIE). Já trabalhou como assessor do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), além de ter exercido os cargos de superintendente de Abastecimento, de Importação e Exportação de Petróleo, seus Derivados e Gás Natural.
Silva e Luna
No início do mês, o SBT News noticiou que Bolsonaro estava irritado com Silva e Luna e que cogitava demiti-lo. As discordâncias entre o presidente e o general se dão, sobretudo, pela disparada do preço dos combustíveis. No fim de fevereiro, o presidente chegou a dizer que Silva e Luna deveria dar uma resposta sobre a alta dos valores.
Silva e Luna defende a atual política de paridade internacional — que faz com que os preços dos combustíveis acompanhem o valor internacional do barril do petróleo. Bolsonaro já fez reiteradas críticas a essa política e à Petrobras em razão da recente disparada de preços dos combustíveis.
Ex-diretor da Itaipu Binacional, Silva e Luna assumiu a presidência da Petrobras em abril do ano passado, no lugar do economista Roberto Castello Branco, para cumprir mandato de dois anos. Na ocasião, o general foi elogiado por Bolsonaro. No Planalto, há quem diga que, apesar da indicação ter sido feita pelo presidente, Silva e Luna está sendo considerado um adversário que joga contra o governo e estaria beneficiando uma eventual candidatura do ex-presidente Lula nas eleições de outubro.
Fonte: SBT News
