Em entrevista exclusiva ao SBT nesta quinta-feira (7), dia em que prestou depoimento à Polícia Federal em investigação sobre tráfico de influência e lavagem de dinheiro, Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), negou qualquer envolvimento com os objetos da investigação, afirmou estar “revoltado” com a situação e disse não ter qualquer influência sobre o governo.
A apuração, aberta em março de 2021, a pedido do Ministério Público Federal, decorre de notícia de suposta atuação de Jair Renan para abrir portas no governo para um grupo empresarial, em troca de “recebimento de vantagens”.
“Nunca recebi nenhum carro, nenhum dinheiro. Nunca fiz lavagem de dinheiro”, disse Jair Renan à repórter Débora Bergamasco, em entrevista concedida ao lado do advogado Frederick Wassef. “Estão tentando me incriminar por uma coisa que não fiz”, acrescentou, além de dizer que as reportagens sobre o tema eram “fake news” e que havia uma perseguição a ele por parte da imprensa.
Confrontado sobre filmagens e documentos oficiais que comprovam sua participação em reuniões do governo federal, o filho 04 do presidente disse, reiteradas vezes, não se recordar dos temas, dos participantes ou dos motivos que o levaram a tais compromissos.
“Não marquei nenhuma reunião com o governo. Nunca pedi nada ao governo direta ou indiretamente. Eu não faço parte do governo federal”, afirmou. “Nunca pedi para ir a reunião. Só me convidaram. Fui porque conhecia o pessoal lá. Entrei mudo e saí calado”, completou, a respeito de uma agenda entre empresários que teriam lhe prestado serviço e integrantes do Executivo.
Questionado sobre um suposto carro doado por um desses empresários, Jair Renan disse que o veículo pertencia ao seu sócio e ex-personal trainer Allan Lucena, com quem, segundo ele, “fazia permuta em troca de aulas na academia”. Ao ser perguntado sobre se Lucena recebeu o automóvel dos empresários, o filho 04 de Bolsonaro respondeu de forma ríspida: “Não sou marido dele para saber as coisas”.
Ainda na entrevista, Jair Renan afirmou que seu camarote no estádio Mané Garrincha, em Brasília, “foi finalizado” e que o contrato teria expirado. Além disso, disse que nunca chegou a fazer nada no espaço. Por fim, o rapaz, que alegou viver hoje de publicidades no Instagram, contou que só aceita contratos com empresas privadas e disparou: “Se quiserem, podem quebrar [o sigilo da] minha conta bancária. Não recebi nada”.
