Um dia após a repercussão de denúncias de assédio sexual contra funcionárias, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães fez um discurso ignorando as denúncias abertas contra ele. Nesta 4ª feira (29.jun), em um evento da Caixa sobre Plano Safra, na sede da Caixa Cultural em Brasília, ele falou sobre a família e afirmou ter uma vida “pautada pela ética”, sem citar diretamente as denúncias.
Na abertura, agradeceu a presença da esposa Manuella Pinheiro Guimarães.
“Quero agradecer a presença de todos vocês, minha esposa, de uma maneira muito clara, são quase 20 anos juntos, dois filhos, e uma vida inteira pautada pela ética”, afirmou.
Pedro Guimarães está sob investigação sigilosa do Ministério Público Federal (MPF). O processo foi aberto após denúncias de funcionárias do banco que trabalham ou já trabalharam sob a gestão de Guimarães. As mulheres o acusam de assédio sexual, principalmente durante viagens de trabalho, conforme reportagem publicada pelo portal Metrópoles. Há uma expectativa de que o atual presidente da Caixa deixe o cargo ainda nesta 4ª feira (29.jun).
A mais cotada para assumir a função é a atual secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques. Ela é considerada braço direito do ministro da Economia, Paulo Guedes, e foi assessora especial na pasta desde o início da gestão do presidente Jair Bolsonaro. Daniella assumiu o comando da secretaria especial de Produtividade em fevereiro deste ano.
Manifestação
No início da tarde desta 4ª feira (29.jun) um grupo de pessoas se reuniu em frente a sede da Caixa, em Brasília, pedindo providências sobre o caso. A manifestação foi organizada pelo sindicato dos trabalhadores e pediu a “saída urgente” de Pedro Guimarães do cargo. O movimento que contava com cerca de 30 mulheres na linha de frente, usou palavras de ordem: “não calaremos” e “fora presidente”. Elas fizeram discursos contra o gestor e entregam flores a funcionárias que entravam ou saiam do prédio.