Você já observou como a presença paterna pode fazer a diferença na educação dos filhos e no bem-estar da família como um todo? E já teve a impressão que a forma de vínculo entre pais e filhos pode estar em mudança na sociedade atual? Para criar uma oportunidade de reflexão, aprendizado e debate sobre o tema e o desenvolvimento infantil em torno da figura paterna, uma escola da Zona Leste de Natal vai reunir as famílias dos alunos da Educação Infantil para a palestra “O papel paterno” no próximo dia 16, às 18h, no auditório da escola.
Segundo a psicóloga e professora, Ms. Sheila Brito, que irá conduzir o encontro, há variadas pesquisas que revelam o quanto a presença da figura paterna é essencial na vida dos filhos. Elas indicam, por exemplo, que meninos com figuras paternas ausentes têm mais dificuldade em ter autocontrole, enquanto que meninas nessa mesma situação têm maior probabilidade de estabelecer relações amorosas tóxicas.
Para a profissional, é muito importante se debater sobre isso. “É importante porque, embora o papel materno e paterno tenham o mesmo peso em grau de importância no desenvolvimento de uma criança, um deles ainda não é tão evidenciado como deveria: o paterno”, declara Sheila.
Apesar disso, a psicóloga ressalta uma boa notícia: a de que os pais estão mais presentes nos últimos tempos. “Embora o papel paterno não esteja relacionado necessariamente à figura do pai, posso dizer que os pais de hoje estão em sua maioria mais presentes. Antigamente havia uma divisão social das funções familiares: as mães cuidavam e educavam os filhos e os pais tratavam de prover financeiramente a família. Mas hoje existem diversas composições familiares e isso facilitou a maior vinculação dos pais com a função paterna”, diz a psicóloga.
Sheila Brito esclarece ainda que uma boa forma dos pais estarem mais presentes na educação dos filhos é, primeiramente, se colocando nos lugares deles enquanto seres humanos. Ela explica que relações mais próximas e “horizontais” favorecem a criação de vínculos. “Muitas vezes os pais assumem um lugar de fortaleza, de exemplo a ser seguido que pode dificultar, pois o filho passa a ver o pai como ídolo, e vamos pensar um pouco nesse lugar: o ídolo até recebe a adoração de seu fã, mas fica em cima do palco bem alto, e o fã lá embaixo. O vínculo é a ferramenta primordial das relações afetivas”, aponta.
A psicóloga ressalta que essas análises pontuais estarão dentro da abordagem da palestra, cuja intenção é juntar as famílias, no mês em que se comemora o dia dos pais, para que possam pensar o tema. “Será um momento de reflexão e troca”, destaca.