Houve um aumento expressivo no preço do seguro dos carros. Somente neste ano, a alta foi cinco vezes maior que a inflação. Uma pesquisa mostra que os valores mais caros são cobrados no Rio de Janeiro e em São Paulo e o mais barato, em Florianópolis.
Na hora de renovar o seguro do veículo, um C3, 2012, a publicitária Andrea Fambrini levou um baita susto. O valor deu um salto de 273%: R$1.701,94, no ano passado, para 4.657,05 em 2022. “Tem alguma coisa errada, até interpelei a pessoa e ela falou: não, tá correto, não mudei nada, não acrescentei nada. É esse o valor pra esse ano. Eu fiquei: como assim? aí comecei a cotar com outras operadoras, o valor diminuía muito pouquinho, não tem uma justificativa real”, conta.
Nos sete primeiros meses do ano a inflação do seguro no Brasil foi cinco vezes maior do que o IPCA, o índice de preços ao consumidor (4,77% – janeiro a julho). Os motivos dessa disparada tem relação com a supervalorização dos veículos zero quilômetro, dos usados e com a falta de componentes eletrônicos na indústria nacional, como explica esse professor de direito econômico.
“Você tem um pressão de preço no mercado de usados que faz com que ela se reflita na tabela fipe que é justamente uma das bases importantes pro calculo do preço do seguro”, explica o professor de direito econômico, Fabiano Jantalia.
Um estudo que analisou o valor cobrado em 17 seguradoras de todo o país para os 10 modelos de veículos mais vendidos mostra que o aumento não foi o mesmo, varia de acordo com o estado. O levantamento mostra que a média do que é cobrado hoje no país é de R$ 4.530,67 e R$ 4.239, 34 para mulheres.
“Quando a seguradora fecha um seguro de um cliente, ela imagina que nos próximos meses, esses veículos, quando ela for indenizar o cliente, o valor do carro vai estar mais barato e ta acontecendo exatamente o oposto”, afirma Manes Erlinchman, vice-presidente e diretor técnico da Minuto Seguros.
A andrea já tem um plano para driblar a falta de alternativa e proteger o veículo: “Você tirar todos os benefícios, todas as assistências, deixar de repente bem básico, só pra furto. Ou vender o carro e andar de aplicativo”.
Fonte: SBT News