Voltado para a prevenção ao suicídio, o mês de setembro chama atenção para sinais que podem representar a necessidade de cuidados com a saúde mental. Segundo a psicóloga e professora da Estácio, Milena Coelho, antes que uma pessoa chegue a uma tentativa de autoextermínio, é possível identificar alguns sinais de que este indivíduo não está bem.
“Entre os sintomas mais frequentes estão mudanças no sono e no apetite, esquivas das relações com os amigos e com os familiares, além de uma retração por eventos em que antes se tinha prazer”, pontua a especialista.
Milena também explica que alguns aspectos físicos como automutilação, desconfortos gástricos, dores de cabeça, taquicardia, além dos aspectos comportamentais como discurso de desânimo, desilusão e desapego às coisas que gostava antes também são sintomas que podem caracterizar um risco ao suicídio. Para a psicóloga, é importante as famílias prestarem atenção a sinais comportamentais que podem levar ao ato, inclusive em crianças e jovens. “Aqueles que estão em depressão querem acolhimento, precisam ser ouvidos. Esses sinais não podem ser ignorados”, defende.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente, existe um maior número de mortes como resultado de suicídio do que por HIV, malária, câncer de mama ou guerras e homicídios. Somente no Brasil, são registrados cerca de 14 mil casos por ano, com uma média de 38 por dia.
A docente de Psicologia lembra que ninguém melhora de forma repentina em uma situação que traga dor, mas ressalta que a busca por ajuda profissional é essencial para superar os sintomas. “Os problemas vão sendo analisados e aos poucos esse indivíduo vai aprendendo a lidar com a situação, até aprender o repertório que seja mais funcional à cada história de vida”, comenta.
A orientação da profissional para aqueles que precisam de ajuda é procurar os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e atendimento psicoterápico, e diante de qualquer sinal de que a pessoa tentou o suicídio, que busque o Samu ou o Corpo de Bombeiros imediatamente.
Atualmente, Natal conta com três Centros de Atenção Psicossocial com cobertura 24h. O acesso é com demanda aberta, ou seja, os pacientes podem se dirigir diretamente a um dos Caps para acolhimento e iniciar tratamento.
O Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Estácio, unidade Ponta Negra, também está aberto à comunidade. Os atendimentos de psicoterapia são realizados pelos alunos da instituição em período de estágio, no 6° e 7° semestre do curso, acompanhados pelos professores. O serviço é oferecido de forma gratuita à população.