O saldo da caderneta de poupança, em 2022, foi o pior resultado da história, de acordo com o levantamento divulgado, nesta quinta-feira (5), pelo Banco Central do Brasil (BCB). Com depósitos totais de R$ 3,632 trilhões e saques totais de R$ 3,735 trilhões, a poupança ficou “no vermelho” em R$ 103,237 bilhões líquidos. Ou seja, saiu mais dinheiro do que entrou ao longo do ano.
Com um ano caracterizado por um cenário econômico de inflação, juros altos e endividamento, os investidores optaram por “sangrar” as reservas: quem tinha dinheiro guardado decidiu fazer os saques para pagar as dívidas. Em janeiro de 2022, sairam das cadernetas R$ 19,665 bilhões. Em agosto, outros R$ 22,015 bilhões. Foram os dois meses mais negativos desde o início da série histórica, em 1995.
Ao longo de todo o ano passado, os saldos mensais da poupança só foram positivos em maio e dezembro. O volume das retiradas totais supera em muito agora o recorde de saída de dinheiro da poupança: é praticamente igual a duas vezes o pior resultado anual computado até então: R$ 53,567 bilhões, em 2015.
Ao final de 2022, o saldo total da caderneta foi de R$ 998,9543 bilhões, o que corresponde a 3,2% de oscilação para baixo na comparação ao fechamento de 2021. Com o resultado de 2022, a aplicação acusa o segundo ano seguido com mais saques do que depósitos.
Pouco positivo
Atualmente, com a taxa Selic em 13,75%, ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), de 0,2362%, ao mês, (2,87%, ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5%, ao mês, (6,17%, ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros. Com a rentabilidade restrita, a opção dos poupadores – quando não usam os recursos para saldar dívidas e outras prioridades – é buscar alternativas de investimentos que tragam retorno mais atraente e com segurança parecida.
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