Uma mãe denunciou que a filha, de 11 anos, sofreu racismo dentro de uma papelaria no centro de Niterói (RJ), enquanto a criança escolhia o material escolar junto com uma amiga. A mulher afirmou que as crianças foram acusadas de furto.
A mãe e as crianças foram à loja para comprar os materiais e, o que era para ser um dia divertido, se tornou um constrangimento. Segundo Jaiane dos Santos, um dos seguranças ficou seguindo as pequenas e ouviu mensagens via rádio: “vigia elas aí”, teria dito um dos seguranças.
A situação se tornou mais complicada após Jaiane ir à delegacia, no 76º distrito policial da cidade, mas só foi atendida na Delegacia de Atendimento à Mulher.
Mesmo com a denúncia presencial, Jaiane foi orientada a registrar um boletim pela internet, em mais um indicativo da incapacidade de os órgãos públicos lidarem com situações de racismo e injúria racial. “Tá difícil. [ela] chora o tempo todo, porque ela só queria escolher os materiais dela. Só isso, mais nada”, lamentou a mãe da menina.
A mulher voltou para casa e pensou em esquecer o ocorrido, mas viu um outro caso de racismo pelas redes sociais, envolvendo uma menina de dez anos. Com isso, resolveu pedir ajuda na Comissão de Combate às Discriminações da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
No parlamento, Jaiane foi orientada a registrar o caso na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). “Que eles tratem isso como crime e que punam isso”, pediu a mãe. Segundo a defesa da papelaria, a empresa está conversando com funcionários e que a loja não compactua com comportamentos racistas ou preconceituosos.
SBT News