O assassinato da estudante universitária potiguar, Zaira Cruz completa quatro anos nesta quinta-feira (2) e ainda aguarda julgamento. Zaira Cruz tinha 22 anos e tinha ido passar os dias de carnaval na cidade de Caicó, a 282 quilômetros de Natal, Região Seridó do Rio Grande do Norte (RN), onde a festa tradicional arrastava multidões. Familiares e amigos não imaginavam que aquele seria o último carnaval da vida dela.
Zaira Dantas da Silveira Cruz, curraisnovense, foi encontrada sem vida dentro do carro do sargento da Polícia Militar, Pedro Inácio de Maria, 36 anos, na sexta-feira do dia 2 de março, há quatro anos. De acordo com investigação policial e denúncia do Ministério Público encaminhada à Justiça do Rio Grande do Norte, Zaira foi estuprada e brutalmente assassinada por estrangulamento. O sargento Pedro Inácio está preso desde o dia 15 de março de 2019, no Quartel da Polícia Militar, em Natal, acusado do crime.
O crime ainda aguarda julgamento. A mãe de Zaira, Ozanete Dantas, familiares e amigos aguardam a definição e esperam que o caso vá a júri popular.
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Em março de 2021, a primeira fase do processo foi concluída e o juiz Luiz Cândido de Andrade Villaça decidiu mandar a julgamento popular, o PM Pedro Inácio Araújo de Maria. Na mesma decisão, o juiz manteve o réu preso negando pedido de liberdade feito pela defesa.
A advogada auxiliar de acusação, Kalina Medeiros, acompanha a promotoria desde o início do caso, explicou que a defesa do réu entrou com recurso especial no Superior Tribunal de Justiça e recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal ano passado.
Memória do caso
2 de março de 2019 – A estudante universitária, natural de Currais Novos, Zaira Dantas da Silveira Cruz, 22 anos, é encontrada sem vida dentro do carro do sargento da PM, Pedro Inácio, no estacionamento do local onde o policial e um grupo de amigos tinham alugado uma casa para o carnaval, na cidade de Caicó.
15 de março de 2019 – Sargento da PM, Pedro inácio Araújo de Maria, 36 anos, é preso na cidade de Currais Novos, em casa, e conduzido para o Quartel da Polícia Militar, em Natal, como principal suspeito de matar a estudante Zaira.
15 de março de 2019 – Polícia Civil divulga laudo do Itep com causa da morte. Segundo a perícia, Zaira morreu após ter sofrido asfixia mecânica, através de estrangulamento, que teria sido praticado pelo suspeito, ressaltou o delegado regional da 3ªDRPC de Caicó, Ricardo Brito. O diretor do Instituto Técnico e Científico de Perícia (Itep-RN), Marcos Brandão, afirmou que a estudante foi vítima de uma morte cruel. “A estudante apresentava lesões no cérebro, nos olhos e pulmões. Além disso, dedos e lábios cianóticos (roxos). Essas características são bem contundentes para asfixia mecânica por estrangulamento, o que materializa o crime de homicídio”, esclareceu Brandão.
Dezembro de 2020 – Advogados de defesa do réu, contrataram uma perícia particular pedindo a exumação do corpo da jovem, argumentando dúvidas sobre as provas obtidas durante a investigação do caso, que apontaram Pedro como autor do crime. Eles também entraram com um pedido de habeas corpus, para que o réu respondesse ao processo em liberdade. Ambos foram negados, também, pelo juiz Luiz Cândido de Andrade Villaça, da Comarca de Caicó.
4 de março de 2021 – O juiz Luiz Cândido de Andrade Villaça, da Comarca de Caicó, decidiu mandar a julgamento popular, o policial militar, Pedro Inácio Araújo de Maria. Na decisão, o juiz Luiz Cândido de Andrade Villaça também negou o pedido de liberdade feito pela defesa do réu.
Fevereiro de 2022 – Defesa ingressa com recursos especial e extraordinário, no STJ e STF, após ter recurso negado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. Acusação e família de Zaira Cruz aguardam julgamento dos recursos para o seguimento do processo.