O presidente do grupo suíço UBS, Alain Berset, anunciou na tarde deste domingo (19), que está comprando o Credit Suisse, em um esforço para evitar mais turbulências no mercado bancário global.
Não foi divulgado o valor do negócio, mas segundo o jornal britânico Financial Times, o banco concordou em pagar mais de US$ 2 bilhões. Alan Beset disse durante a entrevista coletiva que o anúncio é “um grande alcance para a estabilidade das finanças internacionais. Um colapso descontrolado do Credit Suisse traria consequências incalculáveis para o país e para o sistema financeiro internacional.”
Segundo o Conselho de Estabilidade Financeira, órgão internacional que monitora o sistema financeiro global, o Credit Suisse é um dos bancos de importância sistêmica globalmente e que sua falha descontrolada levaria a ondulações em todo o sistema financeiro, não muito diferente do colapso do Lehman Brothers há 15 anos.
O Credit Suisse é um dos 30 maiores bancos do mundo e sua espetacular queda da bolsa nesta semana gerou nervosismo no mundo financeiro, já sensibilizado após o colapso de entidades nos Estados Unidos.
“Fragilidades materiais”
O balanço do Credit Suisse no quarto trimestre de 2022, divulgado em fevereiro, mostrou que o banco teve o quinto prejuízo consecutivo. Mas o problema não foi só esse. Na última 3ª feira (14.mar), a empresa informou ter identificado “fragilidades materiais” significativas em seus relatórios financeiros dos últimos dois anos.
Os problemas, portanto, não são de hoje. Recentemente, duas empresas deram ao Credit Suisse prejuízo de US$ 15 bilhões ao falirem após tomarem recursos do banco. Investigações mostram que houve falhas na análise de riscos da instituição suíça.
A coletiva de imprensa de domingo segue-se ao colapso de dois grandes bancos dos EUA na semana passada, que estimulou uma resposta ampla e frenética do governo dos EUA para evitar novos pânicos bancários. Ainda assim, os mercados financeiros globais estão tensos desde que o preço das ações do Credit Suisse começou a despencar esta semana.
O Credit Suisse, de 167 anos, já recebeu um empréstimo de US$ 50 bilhões (54 milhões de francos suíços) do Banco Nacional da Suíça, o que causou brevemente uma alta no preço das ações do banco. No entanto, a medida não parece ser suficiente para conter uma saída de depósitos, de acordo com a imprensa.
*Com informações da Associated Press.