O mercado de trabalho formal no Rio Grande do Norte continua pouco propício a volumosas contratações neste início de ano e, apesar dos indícios de estagnação, dá sinais de avanço. Diferente do mês anterior, o estado finalizou fevereiro com um saldo positivo de 433 empregos gerados. Esse bom resultado é atribuído basicamente às microempresas potiguares, que conseguiram abrir 572 novas vagas. Esse tipo de empresa foi o único a contratar novos trabalhadores com carteira assinada, apresentando um saldo positivo de emprego em fevereiro – todas as demais empresas não tiveram variações entre o número de contratações e demissões. Com esse desempenho, as microempresas evitaram que o Rio Grande do Norte terminasse o segundo mês do ano com o pior saldo de emprego do Nordeste, que ficou com Alagoas.
No total, ocorreram 15.190 admissões e 14.757 desligamentos em todo o estado em fevereiro, o que levou a um saldo de 433 vagas. Esse número, no entanto, é 80% menor que o verificado no mesmo mês do ano passado, quando o saldo foi de 2.196 vagas. Isso porque não ocorreu a criação de novos empregos nas pequenas, médias e grandes empresas do estado. A abertura de novas frentes de trabalho foi concretizada somente pelas microempresas.
As informações são do Mapa do Emprego do RN, uma publicação mensal do Sebrae no Rio Grande do Norte, que é baseada nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Divulgada nesta quinta-feira (30), esta edição do boletim aborda os dados de emprego em fevereiro e no primeiro bimestre do ano no RN.
De acordo com o Mapa do Emprego, os pequenos negócios potiguares acumulam no bimestre um saldo de 244 vagas, já que em janeiro as microempresas haviam perdido 307 vagas e as pequenas outras 21 vagas. O total é 92% menor que o desempenho desse mesmo segmento no primeiro bimestre de 2022. Já o saldo acumulado pelas médias e grandes empresas do estado no bimestre apresenta um déficit de duas vagas perdidas. Por isso, o Rio Grande do Norte apresenta um saldo geral, acumulado nos primeiros meses do ano, de 104 vagas, o equivale a um aumento de 148% no comparativo o primeiro bimestre do ano passado.
Ranking dos municípios
O Mapa indica ainda onde ocorreram as maiores contratações e as maiores demissões, elencando o ranking dos cinco municípios do estado que mais geraram e mais perderam postos de trabalho respectivamente. O maior número de empregos gerados em fevereiro ocorreu em Natal. Foram criadas 538 novas vagas. Parnamirim abriu outros 211 novos empregos, enquanto Serra do Mel, Ipanguaçu e São Gonçalo do Amarante geraram 131, 107 e 69 novas vagas respectivamente.
Em compensação, Apodi e Mossoró tiveram as maiores perdas. Juntas, as duas cidades do Oeste Potiguar respondem por 539 postos de trabalho encerrados em fevereiro. Em Baraúna, também ocorreu perda de oportunidade de emprego. Foram 165 vagas perdidas. Completam a lista as cidades de Upanema e Arês, onde o saldo de emprego no mês ficou deficitário em 91 e 162 vagas respectivamente.
Setores com mais vagas
Em relação aos setores de atividades que mais abriram novas vagas de emprego formal, o boletim do Sebrae mostra que o setor de serviços foi responsável pela abertura de 1.408 novas vagas, sobretudo na área de educação no Ensino Fundamental da rede particular, que efetivou 232 novas contratações em fevereiro.
“Essas vagas geradas na área da educação são relevantes. Foi o setor que mais empregou em fevereiro. É importante lembrar que a educação foi um dos segmentos mais atingidos pelos efeitos danosos da pandemia. Esse volume de novas contratações indica que essas empresas souberam reverter a situação para voltar expandir e contribuir para o saldo de empregos em fevereiro ser positivo”, analisa o diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto.
Novamente, a construção civil ficou entre os setores com os maiores saldos de emprego no estado, assim como havia ocorrido em janeiro. Em fevereiro, as empresas do setor contrataram 460 novos trabalhadores com carteira assinada, dos quais, 143 somente na atividade de construção de edifícios. O comércio também registrou criação de novas vagas, 19 apenas. Porém, as empresas que atuam no atacado do setor de produtos alimentícios geraram 46 novas vagas.
Já a indústria e a agropecuária tiveram perdas de vagas, sendo o maior volume no cultivo do melão, que encerrou 1.065 postos. Na indústria, as maiores perdas foram na indústria de móveis de madeira, cujo saldo foi negativo em 122 vagas. Assim, o agronegócio teve um saldo de 1.262 vagas perdidas, e, no setor industrial, o déficit ficou em 192 vagas encerradas em fevereiro.