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Mulher negra é retirada do voo da Gol Linhas Aéreas em meio a discussão sobre despacho de bagagem

Foto: Reprodução | Redes Sociais

Samantha Vitena, uma mulher negra, foi retirada do voo 1575 da Gol Linhas Aéreas, que partiria de Salvador com destino ao aeroporto de Congonhas, na madrugada deste sábado (29). Vídeos que circulam nas redes sociais mostram uma cena em que a mulher é retirada por policiais federais.

De acordo com relatos de passageiros que testemunharam o ocorrido, Samantha já estava dentro do avião esperando a decolagem quando uma discussão sobre o despacho de sua bagagem começou. Um dos passageiros relatou que a decisão de retirá-la do voo foi tomada por autoridade do comandante.

O Ministério das Mulheres condenou o caso em sua conta no Twitter, afirmando que “o episódio contra Samantha Vitena em um voo de Salvador na madrugada deste sábado demonstra o racismo e a misoginia que atingem de forma estrutural as mulheres negras em nosso país”. A pasta ainda afirmou que a mulher foi retirada da aeronave cerca de uma hora depois que o problema da bagagem já havia sido resolvido.

A jornalista Elaine Hazin, que estava na mesma aeronave que Samantha, classificou o episódio como “um caso extremamente violento de racismo”. Segundo ela, os passageiros já embarcaram com uma hora de atraso e Samantha não conseguiu encontrar um lugar para guardar sua mochila, que levava um laptop.

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A Gol Linhas Aéreas, em nota, afirmou que durante o embarque do voo havia uma grande quantidade de bagagens a serem acomodadas a bordo e que, mesmo com todas as alternativas desenvolvidas pela tripulação, Samantha não aceitou a colocação de sua bagagem nos locais corretos e seguros destinados às malas e que, por medidas de segurança operacional, não pôde seguir no voo.

Ainda segundo a Gol, a companhia busca continuamente formas de evitar casos como esse e oferecer a melhor experiência a seus clientes. A empresa garantiu que as acomodações das bagagens devem seguir as regras e procedimentos, sem exceção.

O caso gerou revolta nas redes sociais, com diversas pessoas pedindo justiça e respeito para Samantha Vitena e para todas as mulheres negras que sofrem com o racismo estrutural no país.

A Fundação Fio Cruz, instituição que a Samantha faz mestrado emitiu um anota de repúdio neste sábado (29), no site da fundação. Confira:

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29/04/2023

Nota de repúdio

Fundação Oswaldo Cruz

A Fiocruz vem se somar às manifestações de todas as pessoas e instituições que repudiam atos violentos como o que ocorreu num voo na noite desta sexta-feira (28/4), no trajeto de Salvador para São Paulo. A passageira Samantha Vitena, mestranda em Bioética da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fiocruz, foi vítima de racismo e violência contra a mulher pela forma de tratamento dispensada a ela tanto dentro do voo, pela tripulação, como pelos agentes da Polícia Federal, convocados pela companhia aérea, para retirá-la à força sem justificativa e sem que Samantha apresentasse qualquer resistência ou motivo para tal.

A violência racista que acomete tantas pessoas no Brasil expulsou Samantha de um voo de retorno para sua casa e a submeteu a interrogatório durante a noite, na delegacia.

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Como instituição que defende os princípios da equidade e da justiça social, a Fiocruz se solidariza à vítima e se une à indignação provocada por esse episódio, que deixa marcas profundas não apenas em Samantha, mas atinge um coletivo que sofre diariamente com as consequências psicológicas, materiais, morais, pessoais e políticas que o racismo produz na população negra brasileira.

Nem Samantha, nem nenhuma mulher negra deve passar por momentos como este. Todos os dias a Fiocruz e a sociedade brasileira devem reafirmar seu compromisso com a democracia, a equidade, a justiça racial e de gênero.

*Com informações Agência Brasil

 

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