Em coletiva de imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na noite deste domingo (21), que a reunião bilateral com o presidente da Ucrãnia, Volodymyr Zelensky, não ocorreu porque o líder ucraniano se atrasou e não apareceu para o encontro durante a cúpula do G7, em Hiroshima, no Japão.
“O fato é muito simples, tinha uma bilateral com a Ucrânia aqui neste salão. Nós esperamos e recebemos a informação de que eles tinham atrasado. Enquanto isso, eu recebi o presidente* do Vietnã. Quando o presidente do Vietnã foi embora, a Ucrânia não apareceu. Certamente teve outro compromisso e não pôde vir aqui. Foi simplesmente isso o que aconteceu”, disse Lula. *O Vietnã tem premiê e não presidente.
Lula, acrescentou ainda, que ficou chateado com a situação. “Eu fiquei chateado, porque eu gostaria de encontrar com ele aqui no hotel. O Zelensky é maior de idade, ele sabe o que faz.”
Ao final da cúpula, Zelensky foi questionado por repórteres se ficou desapontado por não ter feito uma reunião bilateral com Lula. “Eu acho que ele ficou desapontado”, disse o líder ucraniano, com um sorriso.
Lula e Volodymyr Zelensky estiveram frente a frente durante a terceira e última sessão de debate da qual o presidente brasileiro participou na cúpula do G7. Na reunião, que tinha como tema a busca por um mundo pacífico, Lula criticou a atuação do Conselho de Segurança da ONU e disse que membros permanentes travam guerras não autorizadas pelo órgão. Acrescentou que uma reforma é necessária.
Ameaça nuclear
Outro assunto abordado no debate foi o risco de uma guerra nuclear que, para Lula, hoje é o mais alto desde o auge da Guerra Fria. O presidente brasileito reforçou que Hiroshima é um lugar propício para refletir sobre as consequências catastróficas desses conflitos. A cidade foi devastada por uma bomba lançada pelos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial.
Agenda cheia
Lula teve onze reuniões bilaterais com líderes mundiais durante a cúpula do G7 – de diretores de entidades globais a chefes de estado, de cinco continentes do planeta. A penúltima foi com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh, em que Lula prometeu tentar viabilizar um acordo entre o país e o Mercosul para ampliar as relações comerciais com o Brasil. A última foi com o presidente de Comores, Azali Assoumani. O presidente brasileiro declarou apoio à demanda da União Africana por uma vaga no G20, grupo que reúne as principais potências econômicas do mundo.
A próxima cúpula será realizada no Rio de Janeiro, no ano que vem. Assoumani disse acreditar que o presidente brasileiro tem papel fundamental na liderança dos países em desenvolvimento.
SBT News
