A taxa de desocupação do Rio Grande do Norte no primeiro trimestre de 2023 foi de 12,1%, ficando 3,3 pontos percentuais (p.p.) acima da média nacional que foi de 8,8%. Esse resultado leva o estado potiguar ao ranking dos que possuem as maiores taxas de desocupação do país. Bahia, Pernambuco e Amapá ocupam os três primeiros lugares no ranking com 14,4%, 14,1% e 12,2% respectivamente, seguidos do RN que ficou com o quarto lugar. As menores taxas ficaram com Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua trimestral, divulgada pelo IBGE.
Esse é o primeiro aumento da taxa de desocupação depois de uma série de três trimestres em queda. A elevação foi de 2,2 p.p. ante o quarto trimestre de 2022 (9,9%) e de 3,0 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2022 (14,1%). Historicamente, esse aumento ocorre nos primeiros meses do ano, refletindo, por exemplo, o desligamento de empregados temporários contratados no fim do ano anterior, e uma maior pressão sobre o mercado de trabalho no período.
A taxa de desocupação no RN por sexo foi maior entre as mulheres (14,7%) do que entre homens (10,3%) neste primeiro trimestre do ano, estando ambas acima da média nacional para homens e mulheres que foram de 7,2% e 10,8%, respectivamente. No recorte por cor ou raça, a taxa de desocupação no estado potiguar foi de 13,4% para os pardos, 11,1% para brancos e 8,8% para os pretos.
As taxas de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (15%) e nível superior incompleto (14,9%) foram maiores que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com ensino médio completo, a taxa foi de 13,6%, maior 5,9 p.p. que a verificada para o nível superior completo (7,7%).
São consideradas desocupadas as pessoas que estavam sem trabalho e que tomaram alguma providência para conseguir emprego, como entregar currículo, atender a entrevistas de emprego, inscrever-se em concurso, entre outras atitudes. Essas pessoas estavam disponíveis para assumir o posto de trabalho naquela semana caso o tivessem encontrado, porém não obtiveram êxito.
Em números absolutos, no primeiro trimestre de 2023, das 2,2 milhões de pessoas que procuravam trabalho durante dois anos ou mais no país, 48 mil destas estavam no Rio Grande do Norte. No último trimestre de 2022, eram 32 mil pessoas na busca por trabalho por dois anos ou mais. Frente ao 1º trimestre do ano anterior, esse número era de 47 mil pessoas no estado.
Em dados gerais, dos 2,9 milhões de potiguares com 14 anos de idade ou mais, 1,3 milhão está ocupado. Isso significa que o nível de ocupação no Rio Grande do Norte atualmente é de 44,8%, uma queda de 3,0 p.p. em relação ao trimestre anterior (47,8%). Este indicador é a proporção de pessoas ocupadas em relação à população em idade laboral (14 anos ou mais).
Percentual de desalentados cresce em comparação com o último trimestre
O percentual de desalentados (frente à população na força de trabalho ou desalentada) no primeiro trimestre de 2023 foi de 9,5%, bem acima da média nacional que foi de 3,5%, conferindo ao RN a 4ª posição entre os estados com mais desalentados. Maranhão (14,3%), Alagoas (13,4%) e Piauí (13,0%) tinham os maiores percentuais de desalentados, enquanto os menores estavam em Santa Catarina (0,3%), Rondônia (0,6%) e Mato Grosso do Sul (0,7%). Se comparado ao último trimestre (7,2%), o Rio Grande do Norte teve um aumento de 2,3 p.p. em sua população desalentada nos três primeiros meses de 2023.
São considerados desalentados aqueles que não estavam trabalhando nem procuraram emprego nos últimos 30 dias, mas que declararam ter interesse e disponibilidade para trabalhar na semana em que foram entrevistadas. Entre os indisponíveis estão aqueles que, embora tenham declarado interesse em trabalhar, não teriam condições de assumir uma vaga na semana anterior à que foram entrevistados por motivos diversos, como: estudo, afazeres domésticos e cuidado de filhos ou dependentes.
Informalidade no RN está acima da média nacional
O percentual da população ocupada no RN trabalhando por conta própria foi de 27,1%, enquanto os empregados foram 68,2%. O maior percentual de trabalho por conta própria era de Rondônia (37,3%) e o menor do Distrito Federal (20,7%). A média nacional neste mesmo índice foi de 25,8%. Entre os empregados, o percentual com carteira assinada no estado foi de 31,8%, sendo 30% destes do setor privado, 0,9% de trabalhadores domésticos e mais 0,9% de empregados celetistas do setor público.
Das 1,3 milhões de pessoas ocupadas do estado, 598 mil são trabalhadores informais, levando a uma taxa de informalidade para o Rio Grande do Norte de 45,9% da população ocupada, percentual acima da média brasileira (39%). A maior taxa no mesmo índice ficou com Pará (59,6%) e a menor com Santa Catarina (26,1%).
O rendimento médio real mensal habitual no RN caiu R$ 64,00 se comparado ao último trimestre (R$ 2193). De janeiro a março de 2023, esse valor ficou em R$ 2129, enquanto a média nacional foi R$ 2.880. Apesar disso, o Rio Grande do Norte aparece neste primeiro trimestre do ano como o segundo melhor rendimento do Nordeste, ficando atrás apenas do Piauí (R$ 2296).