A desigualdade de rendimento no Rio Grande do Norte em 2022 reduziu-se em relação a 2021, no entanto, ainda é a terceira maior do Nordeste e a sétima maior do Brasil. Comparativamente, em 2012, início da série histórica, o estado potiguar tinha a sexta maior desigualdade de renda do Nordeste e ficava na 14ª posição no país. A constatação está no módulo “Rendimentos de todas as fontes” 2022, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), divulgado pelo IBGE.
Medida de desigualdade, o índice de Gini do rendimento domiciliar por pessoa foi de 0,526 no Rio Grande do Norte em 2022, havendo uma melhora em relação a 2021, quando o índice havia sido 0,587, o segundo maior do Brasil à época. Em 2012, o Gini foi de 0,508. Neste indicador, quanto mais próximo do número 1, maior é a desigualdade.
Em relação a 2020, quando o índice era de 0,512, houve um aumento de 0,014. Além disso, o Gini potiguar foi superior ao índice nacional (0,518) em 2022, assim como o foi em 2021.
De 2021 para 2022, apenas os seguintes estados tiveram aumento no índice de Gini: Amapá (de 0,530 para 0,531) e Piauí (de 0,516 para 0,518).
Desigualdade de renda entre as pessoas em idade de trabalhar
O Rio Grande do Norte também tem a quinta maior desigualdade de renda do Brasil entre as pessoas com idade de trabalhar em 2022, e a quarta maior do Nordeste.
O índice de Gini do rendimento médio mensal real das pessoas de 14 anos ou mais (com origem em todos os trabalhos) do RN, que havia alcançado a maior marca da série histórica em 2021 (0,542), agora foi de 0,510. Menor valor desde 2017, quando o índice foi de 0,485. O menor valor para este índice foi observado em 2012 (primeiro ano da série histórica), quando havia sido de 0,480.
A média brasileira para este Gini ficou em 0,486 e os estados com a maior desigualdade entre as pessoas em idade de trabalhar são: Paraíba (0,580), Piauí (0,555) e Distrito Federal (0,536).
No RN, pobres têm aumento de 42% na renda, enquanto ricos ficam 6% mais ricos
Entre os potiguares no grupo dos 5% de menor renda, houve um aumento de quase 42% no rendimento médio mensal real por pessoa em 2022. Essa parcela da população tinha uma renda média de R$ 62 em 2021. Em 2022, o valor subiu para R$ 88.
No outro extremo das classes de renda, a população que faz parte do 1% de maior renda do estado teve um crescimento de mais de 6% no rendimento médio mensal real por pessoa em 2022. Em 2021, a média de renda dessa população era de R$ 13.164, subindo para R$ 13.972 em 2022.
Rendimento médio mensal do RN é o maior do NE
A pesquisa levantou que o rendimento médio mensal real da população residente com rendimento no estado potiguar em 2022 foi de R$ 2.055, o maior entre os estados nordestinos. Desde o ano de 2012, o RN mantém-se com rendimento médio superior ao da região Nordeste.
27% dos domicílios do RN recebem bolsa família
Em relação ao recebimento de rendimentos de programas sociais, o percentual de domicílios que recebeu Bolsa Família no RN em 2022 foi de 27%, frente aos percentuais de 10,9% e 14% respectivamente em 2020 e 2021. Considerando o Benefício de Prestação Continuada, 4,3% dos lares do RN foram contemplados com o benefício em 2022, patamar similar aos percentuais de 2020 (5,1%) e 2021 (3,3%). Quanto ao recebimento de rendimentos de outros programas sociais, 1% dos domicílios potiguares recebeu algum desses rendimentos, frente a 34,9% e 22,8% em 2020 e 2021 respectivamente.
É importante observar que, no item “outros programas sociais”, nos anos de 2020 e 2021, podem constar lares em que se recebeu tanto Auxílio Emergencial quanto Auxílio Brasil quanto Bolsa Família, devido à dificuldade da época em se diferenciar qual tipo de auxílio as famílias recebiam.