A saída a pedido do senador Marcos Do Val (Podemos-ES) da CPMI dos Atos Golpistas do 8/1 na última semana dá força ao movimentos dos parlamentares da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a pedirem o afastamento dos membros da comissão que são alvos das investigações na Justiça e nos órgãos de controle e fiscalização do governo federal.
Integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) são apontados por membros da base de Lula como alvos de investigações por envolvimento ou ligação com o 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram os prédios sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Do Val pediu licença do mandato por 115 dias, na última semana, após ser alvo de nova operação da PF. Por meio da assessoria de imprensa, o senador alegou “mal-estar”.
Além de Do Val, integram a lista de alvos da base, o autor do pedido de CPMI, os deputados André Fernandes (PL-CE), o senador Magno Malta (Republicanos-ES), 2º vice-presidente da comissão, o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) e os filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) – ambos suplentes.
No início dos trabalhos, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), indeferiu um pedido para afastar André Fernandes da comissão, feito pelo deputado Rogério Corrêa (PT-MG).
Depoimentos da semana
A CPMI do 8/1 tem dois depoimentos marcados para esta semana. Nesta 2ª feira (26.jun), o coronel Jorge Eduardo Naime, ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, deve depor. Ele foi preso por suposta omissão na segurança do DF no dia 8 de janeiro.
Naime está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília (DF). A autora do pedido, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), quer interrogar o alvo pelos atos de vandalismo do dia 12 de dezembro de 2022. Na ocasião, houve tentativa de invasão à sede da PF, no DF.
Na 3ª feira (27.jun) o coronel Jean Lawand Júnior, ex-subchefe do Estado-Maior do Exército, deve ser ouvido. Ele aparece nas conversas do celular do ex-ajudante de ordem do Planalto, tenente-coronel Mauro Barbosa Cid Júnior, investigado pela Polícia Federal (PF), incitando o golpe de Estado.
Cid foi convocado pela CPMI, mas a defesa pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ele não ir ao Congresso. A comissão solicitou à Corte que negue o pedido do ex-braço direito de Bolsonaro.
SBT News