Em uma reunião realizada na manhã desta terça-feira, o promotor Luiz Eduardo Marinho, responsável por fiscalizar a aplicação do Estatuto do Torcedor no Rio Grande do Norte, juntamente com integrantes da Polícia Militar, dirigentes do ABC e os próprios jogadores, discutiram as medidas necessárias diante do ataque covarde perpetrado por alguns membros da torcida alvinegra no último sábado, dia 8, no estacionamento do Estádio Frasqueirão.
Durante o encontro, os atletas entregaram um abaixo-assinado exigindo que a apuração seja conduzida com rigor e que os envolvidos nos distúrbios sejam devidamente punidos. O público do Rio Grande do Norte também solicitou à Delegacia Geral de Polícia Civil que designe um delegado para investigar o caso. As autoridades destacaram que os responsáveis podem responder por tentativa de homicídio, associação criminosa, dano ao patrimônio privado, ameaça e provocar tumulto em arena esportiva.
Prevendo futuros incidentes, o Ministério Público decidiu pedir a suspensão da torcida organizada Garra Alvinegra por 10 jogos. O comandante da Polícia Militar, coronel Alarico Azevedo, o tenente-coronel Ricardo Santos, comandante do Batalhão de Polícia de Choque, e outros membros da corporação estiveram presentes no encontro realizado no auditório do CT Alberi Ferreira e aprovaram as medidas iniciais, além de planejar formas de prevenir novos ataques. A PM também anunciou o reforço da segurança externa do Estádio Frasqueirão nos próximos meses, durante os jogos do ABC.
Após as autoridades de segurança e o MPRN apresentarem as ações tomadas desde o momento do ataque, ficou acordado que o ABC terá um prazo de 10 dias úteis para apresentar um plano de reforço na segurança dentro das dependências do clube. Essas melhorias incluirão o aumento do sistema de monitoramento por câmeras, iluminação, fortalecimento dos muros externos e aumento do número de seguranças nos dias de jogos.
“Já realizamos duas reuniões significativas e estamos agendando uma terceira para tratar da questão com a Polícia Civil. Desde que ocorreram os eventos criminosos, o Ministério Público e as autoridades de segurança têm mantido contato constante para apoiar os jogadores e a direção do ABC”, afirmou Luiz Eduardo.
O promotor também comunicou à Federação Norte-rio-grandense de Futebol sobre a punição imposta à torcida Garra Alvinegra, que está proibida de comparecer aos estádios do Rio Grande do Norte como medida preventiva.
“Se os membros indicados pela equipe do ABC forem identificados como parte dessa torcida específica, ela precisa ser responsabilizada. É importante ressaltar que a parte criminal cabe à Polícia Civil, que precisará individualizar as condutas de cada membro envolvido no ataque. Estamos empenhados em identificar aqueles que realmente cometeram os atos criminosos, como arremessar pedras e ameaçar jogadores. Isso faz parte do inquérito policial”, explicou Marinho.
O MPRN elogiou a atitude corajosa dos jogadores do ABC, que decidiram enfrentar o problema de frente. “Recebi um abaixo-assinado dos jogadores do ABC. O clube se comprometeu a melhorar sua estrutura interna para oferecer mais segurança aos funcionários, e a PM garantiu apoio logístico. É importante enfatizar que a grande maioria da torcida do ABC é pacífica. O número de criminosos é pequeno, e eles se infiltram em determinadas torcidas para cometer esse tipo de ato bárbaro. Nossos próximos passos incluem uma reunião com a Polícia Civil, a entrega de um relatório por parte do ABC, e as autoridades continuarão firmes em seu propósito de garantir a paz no esporte e para toda a sociedade potiguar”, ressaltou Luiz Eduardo Marinho.
