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Fim do programa de escolas cívico-militares afeta mais de 200 colégios no RN e outras regiões

O Presidente Jair Bolsonaro durante o Lançamento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares – PECIM.

O fim do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares anunciado pelo governo federal vai afetar ao menos 202 colégios no país, com destaque para a região Sul, que conta com 54 escolas dessa categoria. Questionada por especialistas em educação, a medida foi adotada pelo governo de Jair Bolsonaro e deve ser oficialmente modificada nos próximos dias. Com detalhes ainda não divulgados, a expectativa é de que não haja mais recursos da União para participação de militares na modalidade de ensino.

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Os locais que mais aderiram ao programa, e consequentemente vão passar por mudanças, são o Rio Grande do Sul, que atualmente têm 22 escolas cívico-militares, seguido por Santa Catarina, com 21, e Paraná, com 11 escolas. Os dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, em 27 de junho. E publicados nesta quinta-feira (13).

Detalhes concedidos à época pelo Ministério da Educação também mostram um avanço dos tipos de escolas nos últimos dois anos. Em 2022, o projeto foi implementado em 75 colégios. Quantidade semelhante ao ano de 2021, quando 74 escolas aderiram à proposta. Em 2020, o número foi de 53.

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O encerramento do programa foi confirmado em ofício a secretários estaduais de Educação na quarta-feira (12), e confirmado ao SBT pelo Ministério da Educação. Ao que se sabe, as escolas passarão por adaptações para retornarem ao sistema tradicional de ensino até o fim do ano. Para encerrar a medida em definitivo, o governo precisa publicar um decreto suspendendo o programa, além de alterar as possibilidades de atuação de militares na Educação.

A professora do Departamento de Planejamento e Administração da Universidade de Brasília (UnB), Catarina de Almeida Santos, defende o fim das escolas militarizadas, ao considerar que a medida não resolve problemas educacionais: “A militarização nunca foi solução para problemas educacionais para o país, nem poderia ser”.

“O que a polícia pode fazer dentro da escola ela deveria fazer fora da escola. Inclusive para não se ter problemas. Houveram ataques em escolas militarizadas, brigas. No Distrito Federal, as escolas passaram a ter mais casos de violência depois que foram militarizadas”, completa Santos, que também é uma das coordenadoras da Rede Nacional de Pesquisa sobre Militarização da Educação.

Como alternativa, a especialista indica que o governo deve focar em ações para garantir infraestrutura, condições de aprendizagem, tecnologias e alimentação. Além de políticas públicas para que estudantes não precisem trabalhar. “É preciso garantir essas condições. A grande parte das escolas não têm infraestrutura para ser chamada de escola. Tem muito o que se fazer, e não é gastar dinheiro com militares”, opina.

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Do outro lado, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro consideram que o governo quer modificar o projeto por “revanche”, e que deputados e senadores tentarão rever a medida. “Mais de 20 mil crianças estão no modelo federal e serão prejudicadas”, alega. “Já estamos fazendo pedido de urgência a projeto de Lei de minha autoria, nos moldes do modelo estadual”, diz.

O processo pode enfrentar desgaste com governos estaduais que defendem a educação militarizada. Veja o panorama da quantidade de escolas implementadas em cada Unidade da Federação:

  • Acre — 5
  • Amapá — 4
  • Amazonas — 7
  • Pará — 9
  • Rondônia — 4
  • Roraima — 1
  • Tocantins — 9
  • Alagoas — 3
  • Bahia — 2
  • Ceará — 5
  • Maranhão — 3
  • Paraíba — 6
  • Pernambuco — 5
  • Piauí — 7
  • Rio Grande do Norte — 5
  • Sergipe — 1
  • Distrito Federal — 4
  • Goiás — 8
  • Mato Grosso — 7
  • Mato Grosso do Sul — 7
  • Espírito Santo — 8
  • Minas Gerais — 16
  • Rio de Janeiro — 12
  • São Paulo — 10
  • Paraná — 11
  • Santa Catarina — 21
  • Rio Grande do Sul — 22.

*Com informações do SBT News

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