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Dia Nacional do Vitiligo: “A melhor forma de você se libertar do preconceito é sua aceitação”, afirma portadora

Foto: Divulgação/ Reprodução

Por Robson Bezerra, do Ponta Negra News

“O preconceito existe sim, mas a palavra de quem descobriu agora é: se aceite. Demorou para isso acontecer comigo, mas a melhor forma de você se libertar do preconceito é sua aceitação. Tudo começa de dentro para fora, se você se aceita na condição de vitiligo, isso faz você seguir em frente.”, afirma a empreendedora potiguar Leiza Alves Viana, de 39 anos, que convive com a doença há 13 anos, e nos concedeu uma entrevista nesta terça-feira (1), comemorado o Dia Nacional dos Portadores de Vitiligo.

Na entrevista, Leiza conta como foi o processo de descoberta, aceitação e aprendizado com essa doença que se caracteriza por lesões cutâneas de hipopigmentação, que é a diminuição da cor, com manchas brancas de tamanhos variáveis na pele.

Apesar de ter vivido momentos desafiadores com a doença, como quando precisou ir um psicólogo por não aceitar aquela condição, hoje ela afirma ter feito as pazes com seu corpo, e convive muito bem com o vitiligo.

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As causas da doença, que não é contagiosa, mas causa lesões na pele, ainda não estão claramente estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), contudo, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores.

O Dia Nacional do Portador de Vitiligo foi instituída no Brasil pela Lei nº 12.627/2.012, e visa aumentar a conscientização, apoiar, educar e combater o preconceito a respeito da doença.

Confira na íntegra o bate-papo com o portal Ponta Negra News:

1 – Como você descobriu a doença? Quais exames detectam?

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Descobri há 13 anos, com uma pequena mancha branca em minha mão, fui ao dermatologista e foi descoberto o meu vitiligo, através a penas do conhecimento do médico que examinou com uma lupa. Não sabia muito sobre a doença, só sabia que era autoimune, despigmentava a pele e não tinha cura, apenas o retardamento do crescimento das manchas em locais específicos. Esse tratamento foi com loções, pomadas e comprimidos, mais um tratamento de longa duração sem efeitos imediatos, com isso, desisti de vários deles. No início de tudo, fiquei tranquila sobre o aparecimento da doença. Ao passar dos anos, foram aparecendo mais manchas em várias partes do corpo.

2 – Como é conviver com a doença?

No início da descoberta, foi tranquilo, já que é uma doença de fins estéticos, não causa dores, encomodos, coçeira… mas com o passar dos anos e o aparecimento de outras manchas, tudo mudou. Apareceram no rosto, aumentou o das mãos, braços, pernas e com isso a minha a autoestima, foi diminuindo. Procurei vários tratamento que prometiam a “cura” sem êxito, o que me mandavam fazer eu fazia, mas aí me deprimia mais. Cheguei a ir em um psicólogo por não aceitar aquela condição. O apoio da família e amigos foi essencial para a minha aceitação, pesquisava muito a doença e comecei a participar de grupos em redes sociais, para tirar dúvidas e ter apoio. Hoje sou muito bem resolvida em relação a minha condição de vitiligo.

3 – Quais cuidados você toma?

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Fiz vários tratamentos no decorrer dos anos, tanto tratamentos de medicações de química, quanto de produtos naturais. Passei por inúmeros médicos, hoje passo pomada e uso protetor solar.

4 – Já enfrentou algum preconceito?

No início por serem apenas manchas pequenas, passava maquiagens e camuflava. Mas, com o aparecimento de mais manchas e em diferentes locais do corpo, veio primeiro o meu preconceito, que não aceitava (a doença). Deixei de me socializar, ao ponto de não querer sai de casa. Por eu trabalhar com o público, sempre percebi pessoas olhando de forma estranha, umas perguntavam se era queimadura, outras se era contagioso. Tudo por desinformação sobre o assunto.

5 – Tem alguma consideração, algo que você queira pontuar para quem está descobrindo a doença?

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O vitiligo é uma doença pouco divulgada, com um grande número de pessoas que possuem. O preconceito existe sim, a palavra de quem descobriu agora é se aceite, demorei para isso acontecer, mas a melhor forma de você se libertar do preconceito é sua aceitação. Tudo começa de dentro para fora, se você se aceita na condição de vitiligo, isso faz você seguir em frente.

Detalhes da doença:

Sintomas:

A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Entretanto, em alguns casos, os pacientes relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada. A maior preocupação dos dermatologistas são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença. Por isso, em alguns casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento.

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Tipos:

Segmentar ou Unilateral: manifesta-se apenas em uma parte do corpo, normalmente quando o paciente ainda é jovem. Pelos e cabelos também podem perder a coloração. Não segmentar ou bilateral: é o tipo mais comum; manifesta-se nos dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés, dois joelhos. Em geral, as manchas surgem inicialmente em extremidades como mãos, pés, nariz, boca. Há ciclos de perda de cor e épocas em que a doença se desenvolve, e depois, há períodos de estagnação. Estes ciclos ocorrem durante toda a vida; a duração dos ciclos e as áreas despigmentadas tendem a se tornar maiores com o tempo.

Tratamento:

O tratamento deve ser discutido com um dermatologista, conforme as características de cada paciente. Dentre as opções terapêuticas está o uso de medicamentos que induzem a repigmentação das regiões afetadas. Também é possível utilizar tecnologias como o laser, técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos. O tratamento do vitiligo é individualizado e os resultados podem variar consideravelmente entre um paciente e outro. Por isso, somente um profissional qualificado pode indicar a melhor opção. É importante lembrar que a doença pode ter um excelente controle com a terapêutica adequada e repigmentar completamente a pele, sem nenhuma diferenciação de cor.

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Prevenção:

Não existem formas de prevenção do vitiligo. Como em cerca de 30% dos casos há um histórico familiar da doença, os parentes de indivíduos afetados devem realizar vigilância periódica da pele e recorrer ao dermatologista caso surjam lesões de hipopigmentação, a fim de detectar a doença precocemente e iniciar cedo o tratamento. Em pacientes com diagnóstico de vitiligo, deve-se evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Evitar o uso de roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição ao sol. Controlar o estresse é outra medida bem-vinda.

 

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