O Ponta Negra News bateu um super com Yalles Romenna, enfermeira oncologista e estomaterapeuta, que trabalha na área da diabetes a cerca de 13 anos, para entendermos melhor sobre a doença.
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De que forma é feito o trabalho dela, quais são os cuidados, tratamentos, identificação e como se proteger, foram algumas de nossas pautas. Confira!
Ponta Negra News – Yalles, fala um pouco do seu trabalho na área!
Yalles Romenna: Nós acompanhamos o paciente portador de lesões de difícil cicatrização, que são aquelas lesões que passam mais de 15 dias para fechar. Então possivelmente que essa lesão já seja uma lesão infectada, que já é recoberta por biofilme, que é o grande filão da cicatrização. E aí nós fazemos a avaliação e o acompanhamento especializado para que adequem as condutas de rotina com curativos avançados e específicos. A maioria deles com produtos à base de PHMB, que hoje é o padrão ouro para tratamento de feridas. E aí, com isso, a gente consegue associar outras terapias, como a laserterapia, a ozonioterapia, terapia por pressão negativa. Há uma prescrição especializada para ajudar esse paciente.
Ponta Negra News – Como a pessoa detecta se está doente? Você tem alguma ferramenta, algum mecanismo?
Yalles Romenna: O paciente pode acender o sinal de alerta a partir do momento que, por exemplo, ele é um paciente tabagista, que ele tem maior risco de desenvolver lesões. Um paciente diabético, hipertenso. Então, são pacientes que já devem ficar com aquele sinalzinho de alerta, ter atenção principalmente com os pés, os membros inferiores e os membros superiores, porque a maioria dos pacientes diabéticos, por exemplo, eles têm neuropatia diabética, que eles não sentem quando se machucam. Muitas vezes quando aparecem lesões nos pés, eles só vêm perceber quando está sangrando ou está saindo algum tipo de secreção que não se fecha. E aí a gente entra com o tratamento especializado.
Ponta Negra News – E as precauções?
Yalles Romenna: a gente orienta sempre ter o cuidado, um pouco a mais com os pés, principalmente, a para unhas, mantendo-as sempre aparadas. Vigilância constante entre os dedos por conta do risco de fungos, o tabagismo, por exemplo, é um dos grandes vilões para a cicatrização dessas lesões. Controlar a diabetes, a alimentação manter regrada. Fazer acompanhamento também com uma equipe multidisciplinar, se possível. Mas em resumo: manter uma dieta balanceada, e acompanhamento com profissionais especializados.
Foto: Robson Bezerra
E para finalizar, Yalles também convida as pessoas para um evento de saúde que vai acontecer no Rio Grande do Norte em outubro “Nós estamos, inclusive, com um grande evento para acontecer aqui em Natal, que é o Congresso Brasileiro de Estomaterapia, em outubro. Vai ser de 21 a 25 de outubro, onde vão se reunir vários nomes nacionais e internacionais da área. Um evento grandioso. Vão ter encontros, minicursos, palestras, onde será discutido todo o avanço da tecnologia no tratamento de feridas, e também ao paciente portador de algumas comorbidades”.
Diabetes é uma doença causada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio que promove o aproveitamento da glicose como energia para o nosso corpo.
A estomaterapia é uma área de especialização em enfermagem que trata da atuação nas áreas de estomias, feridas agudas e crônicas, fístulas e incontinência anal e urinária.
Por Robson Bezerra
