O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem grandes chances de ser indiciado no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de janeiro. A expectativa foi compartilhada pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que considerou que o depoimento de Delgatti apresenta “fortes condições” para que Bolsonaro seja indiciado.
“Os elementos apresentados a esta comissão nos dão fortes condições de, ao final, teremos o indiciamento do ex-presidente Bolsonaro. Nós precisamos compatibilizar com as quebras que nós estamos defendendo que ocorram. Dentre elas, a quebra de sigilo de relatórios do Coaf e também as quebras telemáticas”, afirmou a senadora.
O posicionamento veio após uma série de denúncias em torno de Bolsonaro apresentadas em depoimento do hacker Walter Delgatti Neto. Entre as declarações, ele disse ter recebido uma série de pedidos ilegais durante o último governo, incluindo um pedidod do próprio presidente para que ele tentasse invadir o sistema das urnas eletrônicas; para criação de um código-fonte falso, que simulasse um erro no sistema de votação e que possibilitasse que as urnas eletrônicas fossem descredibilizadas.
Delgatti ainda disse que recebeu uma promessa de indulto, de forma que ele não fosse cumpriria eventual penalidade pelos pedidos que estariam sendo feitos a ele. A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro nega as acusações, e disse que Delgatti mentiu nas declarações.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), estima que, se todos os crimes apresentados pelo hacker forem comprados, o ex-presidente poderia cumprir uma pena de 18 anos.
A defesa do ex-presidente nega as acusações apresentadas pelo hacker, e afirmou que vai entrar com uma queixa-crime contra o hacker. O assessor de Bolsonaro Fabio Wajngarten também afirmou que todas as declarações feitas pelo hacker são mentiorsas, e que não houve o comentimento de crimes durante a gestão.
*Com informações do SBT News