A gamificação tem como significado o uso de mecanismos dos jogos como treinamento corporativo, marketing e processos de aprendizagem. É uma estratégia criada com objetivo de gerar motivação e engajamento dos participantes.
O mundo de hoje exige das pessoas que sejam rápidas na tomada de resoluções, que saibam achar soluções para os mais diversos problemas da sociedade. Isso porque a vida tem ficado cada vez mais competitiva entre as pessoas e principalmente no mercado de trabalho e nas empresas, que necessitam seguir essa realidade para se manter ativas e se diferenciarem.
Dentro deste contexto atual, a psicóloga Camila Rabuske explica como a criatividade pode ser colocada como um potencial competitivo, pois as pessoas consideradas criativas, conseguem criar e resolver problemas de forma bem mais ágil. “Nesse contexto a gamificação pode se encaixar como uma ferramenta que contribui bastante para uma pessoa desenvolver seu poder criativo. Isso porque um processo gamificado para acontecer, toma emprestado elementos de jogos, como premiações, feedbacks, desafios e com componentes de ludicidade, para estimular o aprendizado pelo engajamento e motivação”, esclarece a especialista.
Mas onde se encaixa a criatividade com a gamificação?
Para responder a esta questão, a psicóloga chama atenção para a forma tradicional em que as pessoas participam de atividades de aprendizagem, seja em uma sala de aula ou no treinamento de uma empresa.
“Imagine que uma determinada instituição corporativa deseja aumentar o percentual de vendas e para isso contrata um consultor especialista no assunto. Para este treinamento é alugado um auditório com capacidade para acomodar sentados os cerca de 300 colaboradores da empresa que atuam na área comercial. Durante um dia inteiro eles ficam escutando o especialista apenas falar e falar e falar e quase não para de falar sobre o que precisam fazer para serem vendedores mais eficientes. Por mais que o palestrante tenha conhecimento, pode chegar um momento do treinamento que muitos colaboradores digam para si mesmos: “ufa!”, de tão cansativo e enfadonho que este processo possa se transformar. Alguns podem até cochilar e como é uma atividade da empresa, permanecem como que por obrigação”, relata Rabuske.
Segundo a especialista, foi observando a forma que as pessoas ficavam motivadas quando participavam de algum tipo de jogo, que a gamificação surgiu, sendo usada inicialmente pelas empresas, que modificaram a forma que desenvolviam treinamentos, como no exemplo citado aqui, logo acima neste texto.
“Notou-se que as pessoas ficavam horas e horas a fio jogando e nem reclamavam e mesmo sem ganhar dinheiro, enquanto muita gente, mesmo recebendo um salário, trabalhavam sem motivação.
Foi aí que se uniu o útil ao agradável, ou seja, levar a ludicidade dos jogos e seus elementos para dentro dos treinamentos e um novo modelo de aprendizagem nas empresas passou a ser realizado e que depois também passou a ser utilizado por outras áreas, como na educação, saúde, nos esportes, dentre outras”, destacou.