Um teste rápido com capacidade para identificar, ao mesmo tempo, as infecções por sífilis e HIV será ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde vai investir R$27 milhões na aquisição da nova tecnologia, inédita no SUS, também chamada de duo teste, resultando em 4 milhões de unidades. A expectativa é que a distribuição para os estados ocorra ainda em 2023. A iniciativa vai possibilitar um tratamento mais ágil para a população e é mais um passo do governo federal para atender à meta de eliminar ou controlar, até 2030, 14 doenças com elevada incidência em regiões de maior vulnerabilidade social, como é o caso do HIV e da sífilis.
A infecção por sífilis tem cura, com diagnóstico e tratamento oferecidos gratuitamente pela rede pública de saúde. Mesmo assim, mais de 213 mil brasileiros foram identificados com a infecção em 2022, a partir da contaminação por relação sexual sem o uso de camisinha. O dado representa uma taxa de detecção de 99,2 casos por cem mil habitantes e é 23% maior que a registrado em 2021, que obteve taxa de 80,7 casos. As informações constam no Boletim Epidemiológico Sífilis 2023, divulgado pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (20), em razão do Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita.
A publicação revela, ainda, aumento no diagnóstico de sífilis em gestantes, que passou de 28,1 casos, em 2021, para 32,4 casos a cada mil nascidos vivos no ano passado. Já a taxa de incidência da sífilis congênita, que é transmitida durante a gestação, se manteve estável em 2022, em relação a 2021, com o alcance de aproximadamente dez casos por mil nascidos vivos. No entanto, na comparação com 2019, ano pré-pandemia, o crescimento foi de 16% em 2022.