Matemática não é para todos. É fato! Resolver uma raiz quadrada, muitas vezes, é repetitivo. Se a multiplicação de dois números iguais der resultado maior do que aquele abaixo do símbolo da raiz, é preciso eleger um menor. O processo se repete até que se encontra um resultado.
Júlia Pimenta Ferreira, na época com 11 anos – hoje tem 13 – voltou de férias com algumas dificuldades de se lembrar dos processos de multiplicação e divisão. Foi aí que a adolescente percebeu que poderia resolver o problema matemático de um jeito diferente, com soma e subtração.
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“Depois que terminei a atividade que o professor passou, vi que tinha um padrão nos números”, conta.
“Era pra gente calcular o quadrado de 10, 11, 12, 13, 14 e 15. Vou falar dos três primeiros, os resultados davam 100, 121 e 144. Aí, percebi que 10 + 11 dava 21, que somado ao 100 (do primeiro quadrado), dava o resultado do próximo. Achei muito legal e fui testando com outros números”, narra a menina.
Intrigado com o raciocínio da aluna, Fred, professor de Matemática, dedicou meses a pesquisar o métodos. Quando a Júlia mostrou para Fred o que tinha pensado, ele ficou, ao mesmo tempo, feliz e intrigado.
Em ‘matematiquês’, ele explicou, o que Júlia se deu conta é que “ao determinar um produto qualquer tomando um natural como possível raiz, neste resultado deve-se somar ou subtrair o número utilizado no produto e seu sucessor ou antecessor”.
O enunciado assusta, mas fica mais fácil quando ele dá um exemplo. “Calculando √81 inicialmente tomamos 8 como possível solução da raiz, como 8 x 8 = 64 somando ao resultado do produto, o próprio 8, isto é 64 + 8 = 72 e o sucessor de 8, temos 72 + 9 = 81 encontra-se o radicando 81 e conclui-se que √81 é igual ao último termo somado isto é √81 = 9.”
Só que ainda estamos falando de números pequenos, o que não é suficiente para uma ciência como a Matemática. “Planejamos no pequeno, mas temos de levar ao infinito”, fala Fred. Ou seja, era preciso chegar a uma fórmula. Até a finalização do artigo, passaram-se mais ou menos sete meses.
O trabalho dos dois, no entanto, ainda não acabou. Fred ainda trabalha para tornar a fórmula cada vez mais simples, prepara artigos para publicar em revistas internacionais e escreve um livro para contar toda essa história junto de Júlia e da família da garota.