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O que esperar se a temperatura média global aumentar mais de 1,5ºC?

Foto: Pixabay

As metas previstas no Acordo de Paris estão cada vez mais difíceis de serem alcançadas. Segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), os compromissos climáticos atuais podem conduzir a um aquecimento de 2,5ºC a 2,9ºC – em relação aos níveis pré-industriais – até 2100, quase o dobro do limite estabelecido pelo tratado (1,5ºC). Apesar de a diferença parecer pequena, especialistas alertam que o aumento de 0,5ºC a mais do que a meta já pode provocar consequências extremas para o meio ambiente e a humanidade.

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Isso porque o aquecimento da Terra reduz a capacidade da floresta e de outros ecossistemas se regenerarem, além de aumentar a propensão a incêndios e influenciar diretamente o regime de chuvas. O aumento de 1,5ºC na temperatura global resultaria, por exemplo, no crescimento de 41% das áreas queimadas por incêndios florestais. O percentual pode evoluir para 62% caso os termômetros registrem alta de 2ºC e, na pior hipótese, de 97%, com 3ºC, provocando quase a perda total dos biomas mundiais.

O mesmo é válido para os recifes de corais, que podem diminuir de 70% a 90% mesmo que o aumento fique limitado a 1,5ºC e ser extintos caso o mundo fique 2ºC mais quente. Outra consequência do aquecimento acima da meta é o derretimento em maior velocidade dos mantos de gelo, fazendo com que o nível do mar suba constantemente por centenas de anos. O cenário pode fazer com que cidades costeiras como Santa Mônica, na Califórnia, e Rio de Janeiro, no Brasil, desapareçam do mapa, ficando completamente submersas. “Vamos fazer uma analogia. Se você mede a sua temperatura corporal e ela está 37ºC, você será considerado em um estado regular de saúde segundo este parâmetro. Se a sua temperatura está 1,5ºC acima, você está com uma febre significativa e precisa descobrir a origem disso para não ter efeitos que comprometam seus órgãos vitais. Imaginemos agora um cubo de gelo. Se a 0ºC ele se mantém intacto, a 0.1ºC ele já começa a derreter. Com esses exemplos quero mostrar que até mesmo 0.1ºC acima ou abaixo tem impactos significativos ao redor do globo”, explica Camila Jardim, especialista em Política Internacional e porta-voz do Greenpeace Brasil.

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Ela ressalta que os impactos das mudanças climáticas não são os mesmos ao redor do mundo, uma vez que, quando falamos de um aquecimento de até 1,5ºC ou 2ºC, estamos falando de uma média global. O aumento médio de temperatura em algumas regiões da Terra pode ultrapassar os 4ºC ou 5ºC, mesmo com um aquecimento médio de 1,5ºC. Além de provocar secas severas, o calor extremo resultaria na morte de peixes em rios e de animais da pecuária, impactando a segurança alimentar das populações.

Tal realidade, no entanto, não está distante. Estudos indicam que a Terra está cada vez mais perto de um ponto de não retorno, o que significa que os efeitos do aquecimento do planeta, como a desertificação e a savanização de biomas, a extinção de espécies, a redução de acesso à água potável e a acidificação dos Oceanos podem se tornar irreversíveis, mesmo que a temperatura média do planeta diminua futuramente.

Isso justifica a afirmação do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, de que a Terra passou do ponto de aquecimento para a fase de “ebulição global”. Em visita à Antártida, o diplomata alertou sobre a aceleração do derretimento de gelo, dizendo que o cenário pode ser catastrófico para as cidades costeiras devido à elevação do nível do mar. O mesmo foi dito por ele durante viagem ao Himalaia, lar dos picos mais altos do planeta, como o Monte Everest, onde as geleiras estão derretendo num nível recorde.

*Com informações do SBT News

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