O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou a tradição que iniciou em 2003, em seu primeiro mandato, de participar do Natal com catadores de material reciclado e população em situação de rua. A celebração aconteceu nesta sexta-feira (22), no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.
Lula também aproveitou o evento para mencionar feitos e desafios dos inúmeros ministros presentes. Elogiou Marina Silva, do Meio Ambiente, por sua projeção internacional no tema e afirmou que os catadores de recicláveis devem ser considerados agentes ambientais por seu trabalho. Falou ainda sobre o preço da energia elétrica.
“Energia no mercado livre é vendida para grandes empresários. E eles pagam R$ 260 o MWh e o povo brasileiro paga R$ 600. É importante fazer energia barata para ter competitividade internacional, mas os pobres não podem pagar isso. Convoquei uma reunião do Comitê Nacional de Política Energética para discutir esse tema”, disse.
Outro tema mencionado foi o aproveitamento de imóveis sem uso da União para reduzir o déficit habitacional brasileiro. Foi anunciada a doação de um imóvel da União para a Associação dos Catadores e Catadoras de Material Reciclável e Reutilizado do Cerrado, dentro do Programa de Democratização dos Imóveis da União, que será lançado no ano que vem.
“Vamos pegar todos os prédios públicos não usados e fazer uma distribuição sensata. Só o INSS tem mais de três mil imóveis vagos. Tem prédio que dá para ser transformado em moradia. Tem prédio que precisa ser vendido para investir em outra coisa. Terrenos, terrenos e terrenos que podem ser vendidos”, afirmou, endereçando a missão à ministra Esther Dweck, da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos do Brasil.
Lula disse que a aprovação da reforma tributária foi “histórica”, mas reconheceu a dificuldade para aprovar qualquer pauta no Congresso. “A chamada esquerda, toda, não tem 130 deputados”, destacou.
Na cerimônia, Lula disse que conseguiu fazer o país “voltar à normalidade”. “Voltar à normalidade é cuidar das pessoas”, disse. “com essa coisa que aconteceu em 2018 a gente aprendeu a valorizar democracia”.