A assistente social Mirian Guedes, de 35 anos, denunciou, em seu perfil no Instagram, que foi acusada injustamente de furtar produtos da loja Daiso Japan, na unidade localizada no Shopping Tucuruvi, Zona Norte de São Paulo. Ela acusa os funcionários da loja de racismo.
“O maior constrangimento. Nunca passei por isso na minha vida”, diz Mirian Guedes em um dos vídeos gravados por ela e publicados nas redes sociais.
Às 17h20 da última terça-feira (30), a mulher, de 35 anos, fez uma compra no local, no valor de R$ 74,95. Eram cinco itens: uma necessaire, uma bolsa de tecido, um pacote de ímãs, um grampeador portátil e um estilete.
Já do lado de fora da loja, no andar superior do shopping, a mulher foi abordada por dois funcionários, que pediram para revistar a sacola de compras. Nesse momento, Mirian começa a filmar.
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É possível ver a dupla de atendentes retirando item por item e conferindo se eles estão registrados na nota fiscal. Ao final, ela pergunta: “Está ok?”. A funcionária responde: “Na sacola sim”. Isso porque ela estava, também, com uma bolsa.
Mirian pediu, então, para devolver a compra e receber seu dinheiro de volta, porque não queria mais os produtos após a humilhação pública de ser revistada nos corredores de um shopping.
A discussão entre Mirian e a funcionária continua. “Quem te falou que eu peguei alguma coisa?”, ela pergunta. “As câmeras”, responde a atendente.
“Então eu quero ver a câmera agora, vou chamar a polícia agora”, diz a cliente. Elas voltam para a loja, no andar inferior, e os atendentes deixam Mirian esperando.
Em um segundo vídeo ela aparece, ainda aguardando, e contando o que passou para outros clientes. “Quero o meu dinheiro de volta. […] Eles não preparam os funcionários. Me tratando igual uma bost*, uma humilhação”, diz ela com os olhos cheios d’água.
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Um último vídeo, em que ela aparece retirando seus pertences da bolsa e cercada por um segurança, também foi publicado. “Quero a polícia. Quero que olhe a minha bolsa aqui, agora. Depois vem falar que é mimimi. Sou mãe, esposa e trabalhadora. Corro o dia inteiro para passar essa humilhação?”, ela diz.
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Quando policiais militares chegaram à loja, checaram a bolsa da mulher e não encontraram nada. Mirian foi à delegacia e registrou um boletim de ocorrência. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) o caso foi registrado como calúnia, injúria e preconceito de raça ou cor.
O perfil da Daiso Japan publicou uma nota de esclarecimento nas redes sociais. “A loja está averiguando os detalhes do ocorrido, incluindo a análise de todas as câmeras de segurança, depoimentos e tudo o que for necessário para a apuração dos relatos veiculados, com isso anunciaremos nossa posição final em relação aos envolvidos e, em especial, com nossa cliente”, diz a publicação.
A empresa também afirma que “repudia todo e qualquer ato de constrangimento, discriminação, preconceito e/ou racismo”.
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