A ministra da Saúde, Nísia Trindade, acompanhou o início da imunização contra a dengue, que ocorreu nesta sexta-feira (9), no Distrito Federal para crianças de 10 a 11 anos. Ela avaliou o feito como um momento histórico. “Há 40 anos, se espera uma vacina para a dengue. Tentamos trabalhar, já havia vacina desenvolvida, mas não tão bem sucedida. Agora, temos uma vacina incorporada ao SUS”.
Para a ministra, é importante começar a vacinação sem que haja uma pandemia, pois “a dengue é um problema de saúde pública há muito tempo. Neste momento, é muito importante falar dessa conquista que é termos uma vacina”, comemorou Nísia.
Segundo a ministra, o Ministério da Saúde trabalha em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outros laboratórios nacionais para ampliar a produção da vacina, fabricada atualmente pelo laboratório japonês Takeda. “Vamos apoiar também a vacina doInstituto Butantan, que ainda não foi submetida à Anvisa”.
“Falei, inclusive, para todas as crianças: ‘vocês, nas escolas, nos ajudem na campanha de combate aos focos do mosquito [Aedes aegypti] . Também vamos estar atentos aos sinais da doença, para não nos automedicarmos, cuidarmos da hidratação. Estas são as mensagens mais importantes neste momento”, afirmou Nísia.
O início da vacinação contra a dengue ocorre em um contexto onde o país registrou mais de 395 mil casos (entre casos confirmados e suspeitos) de dengue e 53 mortes confirmadas. Nesta sexta-feira (6), Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, disse que os casos de dengue no Brasil podem atingir um número recorde em 2024 e chegar a 4,2 milhões. “Nós nunca chegamos a esse número. Por isso, a preocupação e também pela pressão que isso pode acontecer no serviço de saúde”, ressaltou Ethel à imprensa
A campanha no Sistema Único de Saúde (SUS) iniciou no Distrito Federal, local que apresenta a maior incidência de casos no país. Segundo Nísia, até o final de março, todas as 521 cidades serão contempladas com a primeira etapa da imunização.
“Nós estamos vendo uma antecipação dos casos que nós ainda não tínhamos visto nas últimas epidemias de dengue. Em geral, há um crescimento de casos no final de março e começo de abril. Nós começamos a ver o crescimento dos casos [neste ano] já em janeiro”, complementou.