O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quinta-feira (15), a postura de Israel na guerra com o Hamas e em relação a decisões da Organização das Nações Unidas (ONU). O petista declarou que o país mata crianças e mulheres “a pretexto de derrotar” o grupo extremista.”O Brasil condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e o sequestro de centenas de pessoas. Nós condenamos e chamamos o ato de terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra que eu tenha conhecimento”, disse Lula, em coletiva de imprensa no Egito.
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O presidente brasileiro ainda falou que Israel tem o privilégio de não acatar decisões da ONU relacionadas ao conflito. “O Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e Faixa de Gaza. A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas me parece que Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas”, explicou o petista.
No país africano para comemorar os 100 anos de relações entre Brasil e Egito, Lula afirmou ser “insano” estarem discutindo guerra e não fome. “Por que a ONU não tem força o suficiente?”, questionou o presidente. “As instituições multilaterais que foram criadas para ajudar a solucionar esses problemas não funcionam”, criticou. Segundo o petista, é preciso que o Conselho de Segurança da ONU “tenha outros países participando”, sobretudo de África e América Latina. Também pediu a extinção do poder de veto e uma “nova geopolítica”.
Justificando, Lula citou conflitos recentes que não passaram pelo crivo do grupo, como a invasão ao Iraque e à Síria em 2014, pelos Estados Unidos, e a atual guerra entre Rússia e Ucrânia. “É preciso acabar com o direito de veto dos países, e é preciso que os membros do Conselho de Segurança sejam atores pacifistas, não atores que fomentam a guerra”, disse.