Suspeito em um suposto esquema de fraude do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), investigado pela Polícia Federal, um jovem paraense teria feito a prova para um parente e para um amigo, conforme a apuração. O estudante é um dos três investigados na operação “Passe Livre”, realizada na sexta-feira (16).
O jovem, de 23 anos, cursa medicina na Universidade do Estado do Pará (Uepa), e teria usado documentos falsos para se passar pelo familiar e pelo amigo.
A investigação aponta que a nota no Enem foi conseguida através de fraude, e as duas pessoas foram aprovadas em medicina, pela Universidade do Estado do Pará (Uepa) em Marabá, no entanto, sem terem feito a prova.
As supostas fraudes ocorreram nas provas do Enem de 2022 e 2023, segundo a PF. Os estudantes, no entanto, negam as acusações. De acordo com a PF, um dos jovens já cursa medicina e está no 7° semestre da faculdade, o segundo alvo conseguiu ingressar na universidade em 2022. Já o terceiro, deveria começar o ano letivo no mês de março de 2024.
As provas dos envolvidos passaram por perícia, que revelou que a escrita dos suspeitos e as grafias na prova de redação são incompatíveis. A letra em ambos exames, de acordo com a investigação, apresenta semelhanças a do aluno de medicina.
“Foi requisitada a perícia da Polícia Federal, perícia grafotécnica ou grafoscopia, que é uma perícia documentoscópica, que identificou que as provas não foram realizadas pela mesma pessoa que estava inscrita no certame”, informou o delegado da PF Ezequias Martins da Silva.
Em nota, a Uepa informou que “execução das provas do Enem é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A Uepa acompanha e colabora com as investigações conduzidas pela Polícia Federal e aguarda a conclusão do processo para tomar as medidas cabíveis”.
A ex-namorada do estudante divulgou prints do esquema na internet antes da operação da Polícia Federal.
Os agentes então entraram em contato com a moça e as imagens irão auxiliar para reforçar a tese investigada.
