Dalva Maia jamais imaginou que o dia 23 de abril de 2024 seria a última vez que ela falaria com a filha, Fabiana Maia. O relógio da câmera de vigilância da clínica marcava 16h42, hora em que a psicóloga recebeu João Batista no estabelecimento e depois foi encontrada morta com sinais de crueldade. Quinze dias após o crime, Dalva Maia conversou com o repórter Rogério Fernandes, do Patrulha da Cidade, nesta quarta-feira (8).
“Ele foi frio demais, quando planejou, executou e pior ainda quando se faz de doido”, afirmou dona Dalva quando questionada sobre o principal suspeito pelo assassinato de sua filha, o servidor do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, João Batista Carvalho Neto, 41 anos.
Motivação
A mãe da psicóloga não acredita que teve motivação para o crime. Ela afirma que a filha não falava sobre a amiga que era ex-namorada de João, nem sobre ele. “Ela não me falou sobre nenhum perigo, ou que tenha sido ameaçada por ele, ou por qualquer outra pessoa. Ela abriu a porta para ele como abriria para outra pessoa. Ali era a clínica e ela dizia que não podia deixar as pessoas sem atendimento e que era muito gratificante ver uma pessoa chegar cheia de problemas e sair feliz,” explicou.
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Saudade
“O tempo vai passando e a dor não diminui. A dor é maior, a saudade é maior”. Dona Dalva fala que é difícil encarar o dia a dia sem a filha, e que a neta sente muita falta da mãe. “Marina, a filhinha dela, que é especial, ontem à noite chorou tanto dizendo que estava com muita saudade. Isso torna tudo muito mais difícil”, relatou.
A mãe de Fabiana contou que a rotina da filha era na clínica, trabalhando de domingo a domingo; na fazenda com a família e na academia. “Minha filha era uma pessoa boa, cuidava muito da família e amava a profissão. Era querida por todos”, disse.
Para o suspeito
“Eu nem sei o que falar sobre tanta crueldade. Não tenho o que falar para ele. Não tenho vontade. Quero apenas que a justiça seja feita”, falou Dalva Maia. “Eu acredito que minha filha está ao lado de Deus. Que ela descanse em paz e o que eu puder fazer aqui, cuidar para que Marina fique bem, vou fazer. O luto é eterno. Jamais vai passar”, finalizou.
Por Marline Negreiros, do Ponta Negra News
Entrevista: Rogério Fernandes
Imagens: Maurício Teixeira
Produção: Loryani Solano
