Em uma entrevista emocionante à repórter Vanessa Florêncio, da TV Ponta Negra, Sulamita Sátiro, irmã da enfermeira Soraia Sátiro, compartilhou detalhes angustiantes sobre a trágica morte da sua irmã e a prisão de seu sobrinho, Igor Pereira Sátiro, acusado pelo crime. Sulamita descreveu as circunstâncias como “um filme de terror” que assolou sua família.
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“A família está abaladíssima, tem crises de choro. O crime foi uma cena de filme de terror. Ainda estamos trabalhando a mente para aceitar isso. Ele foi uma pessoa que ela levou para a casa dela para ajudar. A mãe não quis ele, o pai também não queria morar com ele”, revelou Sulamita.
Ela explicou que Igor, anteriormente morando com a bisavó (mãe de Soraia), havia roubado joias da família. Foi Soraia quem decidiu acolhê-lo após ele deixar a casa da bisavó, na esperança de ajudá-lo a se reabilitar. “Eu levo para minha casa para ver se eu recupero ele”, disse Soraia a Sulamita.
Sulamita também compartilhou que Soraia provia suporte financeiro integral ao sobrinho, mas que ele sucumbiu à ganância e cometeu o crime junto com um amigo próximo. “Ele cresceu os olhos quanto a ganância pelo dinheiro e cometeu esse crime juto com um colega que vivia em parceria com ele”, lamentou.
Soraia vivia sozinha desde que sua única filha se casou. “Soraia na solidão, levou ele para ter companhia, para cuidar dele, para recuperar ele. Só que lá ele piorou e não deu certo. A ajuda que ela deu, ela criou cobra para matar ela depois”, desabafou Sulamita.
Família não suspeitava do sobrinho
Inicialmente, a família não suspeitava do envolvimento de Igor na morte de Soraia. Sulamita contou que ao chegar à casa da irmã, após receber a notícia de que ela estava desmaiada, perguntou imediatamente pelo sobrinho. “Entrei para ver como ela estava. No começo, não suspeitei dele, mas perguntei: ‘onde está Igor? Ele deveria estar aqui para apoiar a tia conosco’”, disse.
A ausência de Igor e a falta do carro de Soraia levantaram suspeitas. “Procuramos a bolsa dela para ver se as chaves estavam e também não estava, então eu desconfiei que tinha sido roubo e mais, seguido de uma morte”, explicou Sulamita.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado para socorrer Soraia, mas ao chegar à casa da enfermeira, contatou a polícia.
As suspeitas sobre Igor se intensificaram quando ele não se manifestou após a morte da tia. “Ele não tinha dado nenhum telefonema de pêsames e nem estava no velório, nem no enterro dela. Aí se desconfia dessas coisas”, afirmou Sulamita.
Sulamita também falou sobre a dor de assistir às imagens que mostram Igor e seu amigo, Luís Felipe, deixando a casa de Soraia. “A cada imagem que nós assistimos dói demais. Mas nós temos que nos informar para saber como foi. Para quando eles estiverem pagando na prisão, não chegar aquele sentimento humano de pena que todo ser humano tem”, disse ela com firmeza.
“Eles planejaram um crime muito cruel. Com requintes de crueldade. A gente, como ser humano quer ter pena, mas eles tem que pagar por um ato de responsabilidade, de ganância e de muita malvadeza”, concluiu.
Confira a entrevista
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A delegada Liane Aragão, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confirmou que a morte da enfermeira Soraia Pereira Sátiro, de 66 anos, foi premeditada. Igor Pereira dos Santos Sátiro, 20 anos, sobrinho da vítima, e Luís Felipe, amigo de Igor, foram identificados como os planejadores do crime.

Igor Sátiro, sobrinho de Soraia. Foto: Divulgação/Polícia Civil
Luís Felipe se entregou à Polícia Civil na noite de segunda-feira (15). Na quarta-feira (17), Igor foi preso no bairro Vila Nova Manchester, Zona Leste de São Paulo, em uma operação conjunta entre a Polícia Civil do Rio Grande do Norte e a Polícia Civil de São Paulo.
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte solicitou a transferência de Igor para o estado. Quanto a Luís Felipe, ainda está sendo decidido se medidas cautelares serão necessárias, uma vez que ele se entregou voluntariamente à polícia, evitando ser preso em flagrante.
