Mais de mil cidades brasileiras enfrentam uma seca severa, levando a um risco constante de queimadas que resultam em um problema de saúde pública devido à fumaça. A situação é particularmente crítica no Norte do país, onde hospitais estão superlotados com pacientes, principalmente crianças e idosos, que buscam atendimento por problemas respiratórios. Rainey Viana, diretor do Departamento de Fiscalização e Monitoramento Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Porto Velho (RO), destacou que as doenças respiratórias se agravam nesse período, causando uma demanda excessiva por serviços médicos.
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Em Rondônia, o Parque Estadual de Guajará-Mirim está em chamas há 16 dias. Bombeiros de Porto Velho foram mobilizados para reforçar as equipes no combate ao incêndio na região centro-oeste do estado. O capitão Geanderson Maia, diretor de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia, expressou a esperança de controlar rapidamente o fogo e garantir que todos os esforços de combate sejam eficazes.
Porto Velho, a capital de Rondônia, enfrenta uma seca severa há dois meses, sem chuva, o que facilita a propagação das queimadas, especialmente na zona rural, parques e terrenos baldios. A cidade é a quarta do país em perda de vegetação devido ao fogo neste mês, com quase o triplo de área queimada em comparação ao ano anterior. A seca extrema ou severa afeta 1.024 cidades brasileiras, conforme dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), representando 20% dos municípios do país, com as situações mais críticas nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais.
Em Minas Gerais, a Serra da Moeda, na região central do estado, foi fortemente atingida pelo fogo, mobilizando 50 bombeiros e um avião da Polícia Militar para o combate. No Amazonas, quase 900 focos de incêndio foram registrados nas últimas duas semanas. O governador do estado, Wilson Lima (União-AM), anunciou a ampliação do prazo para pagamento de tributos do comércio e da indústria para ajudar os empresários a manter o capital de giro e evitar desabastecimentos como os ocorridos no ano passado.
O Pantanal bateu recorde de área destruída pelo fogo no país. Dados do satélite da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelam que 800 mil hectares, o equivalente a 800 mil campos de futebol, foram consumidos pelas chamas, destacando a gravidade da situação em uma das regiões mais importantes do Brasil em termos de biodiversidade.
