O namorado de Ana Carla Roque, 35 anos, deixada morta no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, na manhã do domingo (28), conversou com o repórter da TV Ponta Negra, Rogério Fernandes, com exclusividade na manhã desta terça-feira (30). Para Rogério, o homem, que pediu para não ser identificado, revelou detalhes do que teria acontecido na noite em que Ana Carla morreu e se diz angustiado pela morte da namorada.
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“A gente estava super bem. Feliz, como sempre. A gente estava na primeira festa, na minha comunidade, e a gente já tinha combinado tudo de se deslocar para uma cavalgada tradicional em São José de Mipibu. No caminho, a gente tinha combinado de parar em Campo de Santana, dar uma voltinha lá, e depois se dirigir para São José e ficar lá para a cavalgada. Em Campo de Santana, eu falei com umas conhecidas minhas e ela se chateou, teve ciúmes. Eu decidi ir embora para São José”, relatou.
Ainda de acordo com o homem, durante o percurso para São José do Mipibu, Ana Carla, chegou a dizer que queria terminar o relacionamento e pediu para ele parar o carro. “Eu disse: não, Ana, calma. Já está chegando, quando chegar a gente conversa. Foi quando ela abriu a porta e segundos depois ela desceu do carro”, afirmou o homem.

Foto: Reprodução/YouTube TV Ponta Negra
Ele acredita que Ana Carla não tinha a intenção de se matar. Para ele, naquele momento, ela não chegou a pensar nas consequências que o salto do carro traria: nesse caso, a morte.
“Quando eu vi que ela caiu, parei imediatamente o carro e quando vi que ela estava no chão, com muito sangue, com uma pancada na cabeça, eu não esperei pelo SAMU, coloquei ela dentro do carro, parei na primeira UPA de Nísia Floresta, perguntei: tá aberta? A moça disse: é o quê? Falei que ela caiu e bateu a cabeça. Então ela disse que tinha que levar em um hospital com radiografia. Voltei correndo para o carro e fui até São José do Mipibu. Quando cheguei em São José, do lado da igreja tinha uma unidade de saúde, eu parei o carro e estava fechada. Nessa hora eu fiquei sem saber o que fazer, não conhecia a UPA de São José. Eu disse: vou para o Deoclécio, e saí correndo para o Deoclécio”, contou.
Já no Hospital Deoclécio Marques de Lucena, em Parnamirim, ele relata que Ana Carla foi levada para atendimento numa cadeira de rodas, enquanto uma assistente social ficou conversando com ele. “Fiquei lá, a assistente social falando comigo querendo saber como foi. Acho que 1h/40 minutos depois, a assistente social me chamou novamente, e falou que ela (Ana Carla) tinha ido a óbito”, disse.
Reação ao deixar o hospital
“Eu fiquei em choque. Deixei o telefone dela com a assistente social e falei que ia chamar o ex dela, que estava com a filha dela. Se a justiça quiser meu telefone para ver minha localização, ou pegar imagem de câmera para ver o horário, foi umas 7h da manhã que eu fui na casa deles. Chamei, chamei e ninguém atendeu. Ela já estava em óbito, não tinha porque eu voltar para o hospital. Fui para casa e liguei para uns números do Deoclécio e não teve resposta, não atenderam”, relatou.
Ele afirma ainda que, em todo momento, tentou manter contato com a família de Ana Carla para relatar o que tinha acontecido e comunicar que ela havia morrido.
Ainda de acordo com ele, o relacionamento estava no início e ela não quis apresentá-lo para a família, apenas a filha de Ana chegou a conhecê-lo.
Colaboração com as investigações
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O homem se apresentou à polícia voluntariamente na tarde da segunda-feira (29). Ele também entregou o carro para ser periciado e afirmou que está disposto a entregar o celular, caso seja necessário, para colaborar com as investigações.
Estado emocional
“Estou angustiado. No dia do enterro eu queria ir e não podia por causa da reação da família. Não pude nem me despedir dela”, afirmou emocionado.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Nísia Floresta.
Ana Carla foi deixada no Hospital Deoclécio Marques na manhã do domingo (28). O homem informou que ela tinha se jogado do carro, mas a família não acredita nessa versão. Ela foi enterrada na tarde da segunda-feira (29).
Veja a entrevista
