Brasil

Morte em cirurgia para hidrolipo: médico já tinha sido denunciado por 20 pacientes em 2022

O cirurgião plástico Josias Caetano, responsável pela clínica de estética Maná Day – local onde uma mulher de 31 anos morreu após passar mal durante um procedimento estético, na tarde da última terça-feira (26) – já tinha sido denunciado por outras 20 mulheres, em 2022, conforme reportagem exibida no Primeiro Impacto.

As vítimas ficaram com os corpos deformados e o local, antes chamada Day Hospital, ficava na zona oeste de São Paulo. A atual, com outro nome, fica na zona leste da capital paulista. O hospital não tinha unidade de terapia intensiva para emergências.

“Ele cativou. Falou: ‘vou fazer, vai ficar bonito’. Ele me desenhou, ele me conquistou”, relatou uma vítima. Mas, ao sair do centro cirúrgico, a história mudou: “Ele me desenhou de uma forma e me operou de outra. A marca da cirurgia é muito feia, é torta. Ele entrou com bisturi onde não era para entrar”, relatou Deyse Aparecida de Faria, que passou por redução de mamas, colocou implante de silicone e fez uma abdominoplastia. Os pontos abriram, deixando a barriga e o seio abertos. “Quando eu voltava no retorno com ele, ele falava que era normal, que ia fechar”, relata.

Parada cardíaca e alta “sem condições”

Depois, Deyse ficou com uma infecção grave e sofreu uma parada cardíaca na mesa de cirurgia em um segundo procedimento. “Me animaram com a adrenalina, eu via eles colocando adrenalina na minha veia, mas depois disso eu não sei. Não fui para UTI, não fui para lugar nenhum. Fui embora para casa sem condições. Me deram alta sem condições nenhuma”, afirma.

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Naquela ocasião, o médico não quis atender nossa equipe e designou um advogado para falar com a reportagem. Na época, o defensor Lairon Joe alegou que todos os casos mostrados se tratam de complicações que podem acontecer em qualquer procedimento cirúrgico, e que as pacientes “devem assinar um termo de consentimento onde coloca a sua ciência de todos as possíveis intercorrências que existem”.

Reveja a reportagem:

Mulher morre durante procedimento de hidrolipo

Uma mulher de 31 anos morreu após passar mal durante um procedimento estético em uma clínica na Avenida Conselheiro Carrão, zona leste de São Paulo, na tarde de terça-feira (26). Paloma Lopes Alves passava por uma hidrolipo – ação que remove gordura localizada –, quando entrou em parada cardiorrespiratória irreversível.

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Segundo o Boletim de Ocorrência obtido pelo SBT News, Paloma deu entrada no período da manhã na clínica de estética Maná Day para o procedimento, que seria realizado na região das costas e do abdômen. No decorrer da intervenção, a jovem passou mal e foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Ela foi levada ao Hospital Municipal do Tatuapé, também na zona leste, onde morreu. O boletim aponta que a causa da morte foi uma provável embolia pulmonar. Josias Caetano, médico responsável pela clínica, é citado como investigado no caso.

O que é hidrolipo?

A hidrolipo, também conhecida pelo termo “lipoaspiração tumescente”, é um procedimento estético invasivo cujo objetivo é extrair gordura localizada em excesso de regiões específicas do corpo, como abdômen. A cirurgia é indicada, geralmente, para pessoas que estejam próximas do peso ideal, apenas para remodelar o contorno corporal.

O procedimento se dá sob anestesia local, isto é, o paciente mantém-se acordado durante a cirurgia, mas não sente incômodos – técnica semelhante à utilizada em partos, por exemplo. Por conta da anestesia, recomenda-se que o paciente permaneça na clínica ou hospital por um breve período após a realização do procedimento.

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O pós-operatório não oferece maiores problemas ao paciente, visto que o mesmo pode retornar ao trabalho ou à faculdade, por exemplo, dentro de três a 20 dias. No entanto, alguns cuidados devem ser observados, como manter uma alimentação saudável e usar cinta modeladora. Também é recomendado sessões de drenagem linfática por pelo menos seis semanas para a retirada de líquidos em excesso.

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