As bolsas despencaram nesta segunda-feira (3), refletindo a apreensão global diante das novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As medidas afetam importações do Canadá, México e China, aumentando temores de uma guerra comercial que pode frear o crescimento econômico mundial.
Segundo a Reuters, o índice pan-europeu STOXX 600 caiu 1,3%, registrando a maior perda diária do ano. Nos Estados Unidos, os ativos futuros de Wall Street para o S&P 500 e do Nasdaq, referência para o setor de tecnologia, recuaram 1,6%. Já o índice Russell 2000, que reúne empresas menores e vinha sendo beneficiado pelas políticas de Trump, caiu 2,23%.
Setores mais afetados
Ainda segundo a Reuters, as montadoras europeias, vulneráveis às barreiras comerciais, perderam mais de 3% em valor de mercado. O setor de tecnologia também foi fortemente impactado, com queda superior a 2%. No mercado cambial, o euro caiu 0,9%.
Isso porque, ao assinar três ordens executivas que resultaram na aplicação de tarifas de 25% sobre produtos mexicanos e canadenses e uma taxa de 10% sobre mercadorias chinesas, Trump também deu como certo a imposição de novas tarifas para a União Europeia.
No Reino Unido, o FTSE 100 caiu 1,4%, enquanto a libra esterlina recuou 0,4% após Trump sugerir que o país poderia escapar das novas tarifas, mas sem garantir isenção total. “Vamos ver como isso se desenrola. Pode afetar o Reino Unido, mas certamente atingirá a União Europeia”, declarou o presidente norte-americano.
O peso mexicano, de acordo com a Reuters, despencou 2%, atingindo o menor valor em quase três anos. Em resposta, México e Canadá, também afetado pela medida, anunciaram tarifas retaliatórias. No Canadá, supermercados passaram a identificar produtos importados dos EUA e produtos feitos no país. O primeiro-ministro, Justin Trudeau, pediu aos canadenses para fazerem sua parte.
A tensão causada pelas medidas de Trump fez com que a cotação do dólar se elevasse globalmente, com a maioria dos investidores vendendo ações e comprando dólares.
No Japão, o Nikkei encerrou o pregão com queda de 3%. Na Austrália, onde a bolsa é vista como termômetro da economia chinesa, a queda foi de 1,8%, segundo o boletim da Reuters.
SBT News
