A Companhia de Serviços Urbanos de Natal (Urbana) segue reforçando as ações de limpeza em áreas ambientais da cidade. A Via Costeira e a Praia do Segredo receberam esforços intensificados para combater o descarte irregular de lixo e minimizar os impactos da poluição nesses ecossistemas.
Leia também:
Natal está entre os dez destinos mais procurados para o Carnaval
A Urbana já havia realizado a limpeza nessas localidades na semana passada e novamente na terça-feira (11). Nesta quarta-feira (12), um mutirão prosseguiu com os trabalhos para garantir a manutenção desses espaços e a preservação do meio ambiente. A Via Costeira, onde nascem tartarugas marinhas, em especial na Praia do Segredo, é uma região sensível que exige cuidados constantes para evitar danos à fauna e flora locais.
Com o compromisso de manter Natal mais limpa e sustentável, a Urbana reforça a importância da colaboração de todos. A companhia segue atuando diariamente para garantir a limpeza da cidade, mas destaca que a preservação do meio ambiente depende de um esforço conjunto.
Lixo asiático
Em dezembro de 2024, uma equipe da BBC News Brasil esteve em Natal e revelaram um verdadeiro “cemitério” de lixo asiático com embalagens oriundas da China, Indonésia, Cingapura, Emirados Árabes Unidos, Malásia e Coreia do Sul. Os itens mais comuns eram garrafas de bebidas não alcoólicas, produtos de limpeza e recipientes de óleo de motor.
Explicação
Para Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em poluição marinha, a hipótese mais provável é o descarte de lixo por navios.
Segundo o Banco Mundial, o transporte marítimo responde por cerca de 90% do comércio global, e a Ásia abriga 20 dos 30 portos mais movimentados do mundo.
O tráfego de navios entre o Brasil e a Ásia é intenso: o Brasil compra muitos produtos industrializados de países asiáticos e vende uma grande quantidade de matérias-primas.
“Esses navios transportam pessoas, e essas pessoas consomem produtos que muitas vezes são jogados no mar”, diz Turra.
“E aí vem tudo o que estava na embarcação e que foi comprado no porto de origem, que pode ser em Singapura, Vietnã, China… onde for.”
O lixo costuma ser descartado perto dos portos onde os navios vão atracar e chega às praias levado por correntes marítimas, diz o pesquisador.
Segundo Turra, o descarte de lixo por navios estrangeiros afeta grande parte do litoral brasileiro, mas é mais visível em praias remotas ou que não são limpas com frequência.
Municípios de regiões portuárias também são mais vulneráveis — é o caso de Natal, que abriga um dos principais portos do Nordeste.
*Com informações da BBC News Brasil
