O número de brasileiros com dívidas a pagar subiu novamente em março. É o que mostra a nova pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que contabilizou 77,1% de endividados no mês – taxa 0,7 ponto percentual acima do observado em fevereiro.
No geral, o maior avanço do endividamento ocorreu ente famílias que recebem até três salários mínimos. Entre as principais modalidades de dívidas, o cartão de crédito segue liderando o ranking, sendo utilizado por 83,7% do total de devedores. Em seguida, estão o carnês (17,3%), que voltaram a crescer, o crédito pessoal (10,4%) e os financiamentos de carro (8,9%) e casa (8,7%).
Apesar do aumento, o estudo sugere que parte das famílias está optando por fazer novas dívidas, com condições e prazos mais vantajosos, a fim de pagar os débitos antigos. Isso é considerado positivo, já que diminui o número de inadimplentes. Em março, a taxa permaneceu em 28,6%.
Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o resultado revela esforço das famílias para manter o controle financeiro mesmo diante das pressões do orçamento. “O crédito tem papel fundamental no orçamento das famílias e no fomento ao consumo, mas precisa ser utilizado com planejamento, principalmente em um cenário de juros elevados. O avanço do endividamento com estabilidade da inadimplência sinaliza maior consciência no uso do crédito”, afirma.
Segundo a CNC, essa tendência deve continuar ao longo do ano. A expectativa é de aumento de 2,5 pontos percentuais no endividamento até o fim de 2025, em relação ao início do ano, impulsionado por maior confiança no consumo e pela necessidade de reorganização financeira. A inadimplência, por sua vez, deve recuar gradualmente, com previsão de queda de 0,7 ponto percentual nos 12 meses.
SBT News
