Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. O pontífice faleceu após fazer uma breve aparição no domingo de Páscoa, no Vaticano.
Francisco enfrentava uma bronquite que evoluiu para uma pneumonia bilateral. O quadro era considerado complexo pelos médicos.
Nos últimos anos, Francisco precisou passar por mais de uma cirurgia e sofreu uma série de internações para tratar de problemas respiratórios persistentes. Em 2021, o pontífice retirou parte do cólon após uma inflamação intestinal. Já em 2023, foi submetido a outro procedimento para reparar uma hérnia abdominal e remover o tecido cicatricial intestinal de uma cirurgia prévia. No mesmo ano, ele chegou a ficar internado três dias devido a uma bronquite, tratada com antibióticos.
O ano de 2024 também foi marcado por internações do pontífice, que chegou a aparecer com o queixo roxo em dezembro. Francisco usava cadeira de rodas desde 2022 depois que o agravamento de uma fratura e uma inflamação nos ligamentos do joelho dificultaram sua locomoção.
Primeiro latino-americano e primeiro religioso da ordem dos jesuítas a liderar a Igreja Católica Romana, Francisco foi eleito como 266° papa em 13 de maio 2013. Ele sucedeu o Papa Bento XVI, que renunciou ao pontificado em 11 de fevereiro do mesmo ano, aos 85 anos, alegando faltar forças na mente e no corpo.
Com a morte de Francisco, a Igreja Católica fica em estado de “sede vacante”, período entre a morte ou renúncia de um papa e durante o qual é feita a convocação do conclave e a eleição do seu sucessor.
Um Papa reformador e amigo dos pobres
Filho de imigrantes italianos na Argentina, Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro papa a adotar o nome de Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis. Sua escolha de nome não foi apenas simbólica; era um reflexo de seu compromisso com a simplicidade e a humildade, valores que ele demonstrou ao longo de sua vida.
Antes de se tornar pontífice, Francisco, então Jorge Bergoglio, era conhecido por sua vida simples e seu compromisso com os pobres. Quando era arcebispo de Buenos Aires, vivia em um apartamento pequeno no centro da cidade, em vez da residência do arcebispo, e costumava viajar de transporte público ou a pé.
Essas escolhas refletiam sua crença de que a igreja deveria estar próxima das pessoas e dos problemas reais da sociedade.”O meu povo é pobre e eu sou um deles”, costumava dizer
Como Papa, Francisco continuou a enfatizar a importância de cuidar dos menos favorecidos. Ele dedicou grande parte de seu papado de 11 anos a encorajar a atenção às pessoas marginalizadas, incluindo os pobres. Embora a Igreja ensine que os atos homossexuais são pecaminosos, Francisco fez esforços para que os católicos LGBTQ+ se sentissem bem-vindos.
Demonstrou isso logo no início do seu papado, quando disse a famosa frase “Quem sou eu para julgar?” ao ser questionado sobre homossexualidade.
Já em dezembro de 2023, o Vaticano emitiu a declaração doutrinária Fiducia Suplicans, anunciando que Francisco tinha aprovado formalmente a bênção de casais do mesmo sexo, desde que essas bênçãos não fossem administradas durante rituais ou liturgias. Ao falar sobre o assunto, poucos meses depois, chamou de hipocrisia às críticas a sua decisão.
“Ninguém se escandaliza se eu der minhas bênçãos a um empresário que talvez explore pessoas, e isso é um pecado muito grave. Mas eles se escandalizam se eu as dou a um homossexual”, disse Francisco à revista católica italiana Credere.
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