O consumo de pescados em Natal exige atenção redobrada após a identificação de dois surtos sugestivos de intoxicação alimentar por ciguatera. A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), orienta que a população evite, temporariamente, peixes como arabaiana, dourado, garoupa, badejo, moreia e barracuda — mais suscetíveis à contaminação pela toxina. Em contrapartida, é seguro consumir pescados de águas profundas, como tilápia, salmão, sardinha, anchova e pescada-branca, desde que adquiridos em locais licenciados e com boas práticas de higiene.
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Atualmente, um caso está em investigação após um evento realizado entre os dias 5 e 6 de maio, onde treze pessoas apresentaram sintomas compatíveis com intoxicação por ciguatera. Três delas precisaram de hospitalização. Todos os pacientes, segundo o diretor do DVS, José Antônio de Moura, estão em bom estado de saúde e continuam sendo monitorados pela equipe de vigilância.
Apesar da gravidade dos sintomas — que incluem dormência nos membros, visão turva, diarreia, vômitos e até alterações cardíacas —, o diretor reforça que o caso é pontual e que não há motivo para alarme generalizado. Ainda assim, ele recomenda que os consumidores peçam informações aos fornecedores sobre a origem e o tipo dos pescados ofertados.
Para investigar a origem do problema, o DVS realizou uma fiscalização completa na cadeia de produção dos pescados envolvidos, com coleta de amostras enviadas ao Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública).
A ciguatera é causada por toxinas produzidas por microalgas presentes em recifes tropicais. Essas toxinas, mesmo após o cozimento ou congelamento do peixe, permanecem ativas e podem causar intoxicações severas.
A Prefeitura de Natal continua em alerta e divulgará novas informações à medida que as análises forem concluídas. A recomendação principal é consumir peixes de procedência confiável e, diante de qualquer sintoma, procurar atendimento médico imediatamente.