Polícia do Rio resgata 62 pacientes em situação degradante dentro da comunidade terapêutica Recomeçar, no bairro Santa Cândida, em Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro. A operação resultou na prisão de 11 pessoas, entre administradores e monitores, flagrados mantendo os internos em cárcere privado.
Leia também:
Caso Adalberto: empresário morto seria concretado em obra
As investigações começaram em outubro de 2023, após a morte de Carlos Alberto da Silva de Oliveira, paciente da clínica. Ele foi levado ao hospital com pneumonia, o que levantou suspeitas nos agentes da Delegacia de Itaguaí. A partir daí, os investigadores reuniram provas sobre maus-tratos e abusos dentro da unidade.
Conforme apurado, os pacientes eram mantidos em condições insalubres. Caso tentassem fugir, eram punidos com privações alimentares, suspensão de visitas familiares e até agressões físicas. Mesmo diante dessas violações, as famílias dos internos pagavam pela internação, acreditando que os entes estavam recebendo tratamento adequado.
Durante a operação, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão. Dois administradores e nove monitores foram presos em flagrante. A Promotoria de Justiça de Itaguaí também participou da ação, que foi considerada um desdobramento das investigações sobre a morte do paciente.
Os detidos responderão por sequestro, cárcere privado e associação criminosa.
A clínica Recomeçar divulgava em seu site que oferecia “serviços de qualidade” e atendimento eficiente a pessoas com distúrbios psíquicos e dependência química. No entanto, os fatos revelados demonstram um cenário oposto e preocupante.