Neste domingo (6), Dalai Lama completa 90 anos, cercado de homenagens, mas também em meio a uma intensa disputa política e espiritual sobre sua sucessão. O líder budista vive no exílio desde 1959, após a ocupação chinesa do Tibete, e permanece como símbolo global de paz e resistência cultural.
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Nascido em 1935 como Lhamo Thondup, ele foi reconhecido ainda criança como a 14ª reencarnação do Buda da Compaixão. Aos 15 anos, assumiu o comando político do Tibete, mas sua trajetória mudou com a invasão chinesa. Atualmente, vive em Dharamsala, na Índia, onde lidera o governo tibetano no exílio.
Sucessão do Dalai Lama opõe tradições e interesses políticos
A China insiste que a escolha do próximo Dalai Lama deve ocorrer sob supervisão estatal, com base em ritos imperiais, como o uso da “urna dourada”. No entanto, o líder espiritual afirmou que seu sucessor nascerá fora da China, reforçando que apenas os tibetanos devem conduzir o processo, com base em critérios religiosos.
Além disso, os Estados Unidos e a Índia já manifestaram apoio à autonomia dos tibetanos na escolha do novo líder espiritual. Em 2024, o então presidente Joe Biden sancionou uma lei exigindo respeito às tradições religiosas do Tibete.
Durante as celebrações deste domingo, milhares de seguidores se reuniram no templo principal de Dharamsala para prestar homenagens. O Dalai Lama apareceu sorridente e reafirmou sua esperança de viver além dos 130 anos e reencarnar no futuro, desafiando diretamente as autoridades chinesas.