Tarifaço dos EUA gera tensão diplomática
Durante discurso em uma convenção do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília, Lula afirmou que o Brasil não quer desafiar os EUA, mas também não aceita ser tratado como uma “republiqueta”. Segundo ele, o país deve negociar em igualdade de condições com todas as nações, inclusive com a maior potência econômica do mundo.
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“Os EUA são muito grandes, têm a maior economia do mundo, mas nós queremos respeito. Temos nossos próprios interesses e queremos crescer com soberania”, disse Lula.
O presidente sugeriu que o tarifaço pode estar ligado à proposta de substituição do dólar, discutida pelo Brics. Analistas apontam que a medida seria uma retaliação indireta à tentativa do bloco de criar uma moeda comum. O ex-presidente Donald Trump chegou a afirmar que retaliaria qualquer país que ameaçasse o domínio do dólar no comércio internacional.
Além disso, Lula citou que as críticas de Washington ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe também influenciaram a medida. Para ele, “usar um assunto político como desculpa para punição econômica é inaceitável”.
Apesar das críticas, o presidente brasileiro reforçou que o país está aberto ao diálogo e destacou que as relações diplomáticas com os EUA, que já duram mais de 200 anos, devem ser mantidas.
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“Não somos mais tão dependentes dos Estados Unidos como antes. O Brasil tem uma relação comercial global muito mais ampla. Mesmo assim, deixamos a porta aberta para negociações”, ressaltou Lula.
Governo anuncia medidas de apoio
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo prepara um pacote emergencial com linhas de crédito para amparar empresas afetadas pelo tarifaço dos EUA. Além disso, o Tesouro norte-americano já iniciou contato com o governo brasileiro para dar início às negociações.
Donald Trump também declarou, na última sexta-feira (1), que está disposto a conversar com Lula. A expectativa é que propostas apresentadas anteriormente pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo ministro Mauro Vieira sirvam de base para o diálogo com a Casa Branca.