O Tarifaço dos Estados Unidos foi o tema central da 5ª Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), realizada nesta terça-feira (5), em Brasília. Governadores e governadoras do Nordeste se uniram para defender os interesses da região diante da possível taxação de 50% imposta pelo governo norte-americano a produtos brasileiros.
Durante o encontro, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, expressou preocupação com os impactos diretos no setor produtivo nordestino. “Nós, governadores do Nordeste, nos colocamos à disposição do governo federal para enfrentar a situação e, se necessário, adotar ações emergenciais para apoiar exportadores, incluindo crédito e compras governamentais”, declarou a chefe do Executivo potiguar.
O Consórcio Nordeste, presidido pelo governador do Piauí, Rafael Fonteles, reafirmou apoio ao diálogo e destacou a importância da diplomacia para evitar prejuízos. “Esperamos que esse tarifaço seja evitado ou adiado. Mas, se não for possível, que tenhamos alternativas para proteger os setores mais atingidos”, disse Fonteles.
Em seu discurso, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre um plano de contingência para proteger os trabalhadores e empresas brasileiras. “Vamos adotar um plano de contingência. Vamos recorrer a todas as medidas cabíveis para defender nossos interesses”.
Impactos diretos na economia regional
Os setores da fruticultura, pescado, mel, sal e minérios são os mais ameaçados pelo tarifaço. Esses segmentos representam pilares da economia nordestina, especialmente em estados como o RN, CE e PI. Além disso, são responsáveis por milhares de empregos diretos e indiretos.
Fátima Bezerra alertou que a medida pode gerar desemprego em massa e prejudicar pequenos produtores e exportadores. A governadora defendeu políticas públicas que estimulem a diversificação da pauta exportadora e fortaleçam a presença internacional dos produtos nordestinos.
Para o Consórcio Nordeste, o momento exige união federativa e ação coordenada. Os governadores solicitaram apoio do presidente Lula para ampliar o diálogo com os Estados Unidos e garantir a competitividade do Brasil no mercado internacional.