O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os Estados Unidos de promover uma mudança de regime na Venezuela de forma “terrorista” e ilegal. A declaração ocorreu na sexta-feira (22), em meio à movimentação de navios militares norte-americanos no sul do Caribe, próximos à costa venezuelana.
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Tensão militar e diplomática
Maduro afirmou que qualquer tentativa de golpe ou intervenção militar contra a Venezuela é “imoral, criminosa e ilegal”. Além disso, destacou a violação do direito internacional, citando episódios anteriores de agressão norte-americana contra países como Líbano, Síria e Iraque. O presidente agradeceu, ainda, aos governos que rejeitaram a possibilidade de conflito armado na América do Sul.
O líder venezuelano ordenou a mobilização de 4,5 milhões de soldados da milícia para proteger o território, após o anúncio do envio de três contratorpedeiros e 4,5 mil militares pelos EUA. A operação americana, inicialmente voltada ao combate ao narcotráfico, precisou ser interrompida devido à passagem do furacão Erin e deve ser retomada no domingo (24).
Perspectiva geopolítica
Para o professor João Alfredo Lopes Nyegray, especialista em Geopolítica, a ação dos EUA vai além do combate às drogas e configura uma demonstração de força, especialmente diante do alinhamento da Venezuela com Rússia, China e Irã. A recompensa de US$ 50 milhões oferecida por informações que levem à captura de Maduro reforça a prioridade americana em enfraquecer o regime venezuelano.
A escalada da tensão coloca a América Latina no radar das disputas geopolíticas globais, podendo impactar cadeias de comércio, fluxos energéticos e integração regional. “É um ponto de atenção não só para Caracas e Washington, mas para todos os países vizinhos”, destacou Nyegray.