Dona de casa, motorista de ônibus de turismo ou caminhoneira. A primeira turma da Escola de Motoristas para Mulheres, iniciativa do SEST SENAT Natal, reúne 24 alunas interessadas em ingressar no mercado de transporte de cargas pesadas e perigosas, como combustíveis. “O curso envolve teoria, segurança e prática para que elas concluam como profissionais qualificadas e habilitadas para dirigir vários tipos de carretas”, explica a instrutora de trânsito da entidade, Sheila Marinho.
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Na cerimônia de abertura, a diretora da instituição, Cynthya Medeiros, comemorou a sala cheia e destacou o caráter pioneiro do projeto. “É a primeira turma de muitas que virão. É gratificante ver tantas mulheres dispostas a dar uma guinada na vida profissional em um setor ainda majoritariamente masculino”, afirmou. A capacitação é gratuita e inclui módulos como MOPP (Movimentação e Operação de Produtos Perigosos), NR 20 (Segurança no Trabalho com Inflamáveis), prática de direção veicular e o Smart Drive, voltado para uma condução segura e econômica.
Entre as participantes está a dona de casa Josadac Gomes, que não pensou duas vezes antes de se inscrever. “Meu sonho é pilotar um caminhão, uma carreta e estar no mercado de trabalho. Nós podemos”, disse, emocionada. Já Sinésia Davi de Oliveira vê no curso uma oportunidade de crescimento profissional. “Hoje eu dirijo ônibus de turismo e quero ser motorista de carreta”, contou.
Demanda
O presidente do Conselho Regional Nordeste II do SEST SENAT, da FETRONOR e vice-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Eudo Laranjeiras, ressaltou que já há empresas potiguares interessadas nessa mão de obra. “Existe demanda e há mercado para as mulheres no setor de transporte”, afirmou.
Entre elas está a COMAV Transportes, que enviou representantes para acompanhar a abertura do curso, na noite desta segunda-feira (25), em Natal. “Estamos aqui para apoiar a iniciativa porque sabemos da força das mulheres e temos interesse em contratá-las. Já temos duas vagas garantidas, aguardando a conclusão do curso”, disse Heloyse Michelly, do RH da empresa.
Para Cynthya Medeiros, o programa representa mais do que uma formação profissional: “É uma oportunidade concreta de transformação de vida e de quebra de paradigmas em um setor historicamente masculino”.