Um estudo recente sugere que a vacina de zóster pode diminuir significativamente o risco de doenças cardiovasculares, incluindo acidente vascular cerebral (AVC), em adultos. Pessoas de 18 a 50 anos vacinadas apresentaram redução de 18% no risco, enquanto para maiores de 50 anos, a queda foi de 16%. A pesquisa foi apresentada no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Madri, neste sábado (30).
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A revisão sistemática e meta-análise global reuniu 19 estudos sobre a eficácia da vacinação contra herpes-zóster, conhecido popularmente como cobreiro. Segundo Charles Williams, diretor associado da GSK, os dados mostram que a vacina não apenas previne a doença viral, como também reduz eventos cardiovasculares. A diferença no risco absoluto variou de 1,2 a 2,2 eventos a menos por 1 mil pessoas, por ano.
Evidências e imunização no Brasil
O estudo reforça a recomendação da Sociedade Europeia de Cardiologia, que considera vacinas como o quarto pilar da prevenção de doenças do coração, junto a medicamentos para hipertensão, colesterol e diabetes. Entretanto, Charles Williams e o vice-presidente da SBIm, Renato Kfouri, alertam que mais pesquisas são necessárias para confirmar a associação estatisticamente significativa entre a vacina de zóster e a redução de infartos e AVCs.
No Brasil, a vacina está disponível apenas na rede privada, com custo total entre R$ 1,7 mil e R$ 2 mil para o esquema completo de duas doses. O Ministério da Saúde solicitou à Conitec avaliação para possível incorporação ao SUS, ainda sem parecer.
O herpes-zóster, causado pelo vírus Varicela-Zóster, pode reativar em adultos e pessoas com imunidade comprometida, levando a complicações graves, como neuralgia e, em casos mais extremos, AVC. Assim, a prevenção por meio da vacinação se mostra estratégica, tanto para evitar a doença quanto para reduzir riscos cardiovasculares.