O fim dos combustíveis fósseis está no centro do debate climático mundial. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu em Adis Abeba, Etiópia, que a transição precisa ser planejada de forma justa. O posicionamento ocorreu durante o encerramento do Balanço Ético Global, realizado na sexta-feira (5), com apoio da ONU, em preparação para a COP30, que acontecerá em Belém, em novembro.
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Segundo Marina, não é mais possível ignorar as causas da crise climática. “Precisamos iniciar o planejamento de forma justa para o fim do desmatamento e o fim dos combustíveis fósseis”, afirmou.
Apoio internacional e justiça climática
De acordo com a ministra, as diferenças econômicas entre países devem ser consideradas. Muitos ainda dependem de carvão ou lenha, sem recursos para migrar sozinhos para energias limpas. “O grande desafio é que possamos acelerar a energia renovável, ajudando os países mais pobres a ter alternativas”, disse.
Além disso, Marina destacou que o combate às mudanças climáticas enfrenta resistência de setores poderosos, que lucram com combustíveis fósseis. Segundo ela, o lobby contrário reúne dinheiro, tecnologia e influência política, dificultando avanços.
Financiamento e metas globais
A ministra lembrou que, após 30 anos de discussões, a COP28 foi estabeleceu a necessidade de abandonar os fósseis, triplicar energias renováveis e duplicar a eficiência energética. Na COP29, foi definido que países desenvolvidos devem destinar US$ 300 bilhões anuais até 2035 para apoiar nações em desenvolvimento, com a meta de chegar a US$ 1,3 trilhão.
No Brasil, a presidência da COP30 pretende consolidar mecanismos financeiros que viabilizem esse aporte, ao mesmo tempo em que busca garantir o desmatamento zero até 2030.
