Na sexta-feira (12), o Clube de Regatas do Flamengo reuniu cerca de 50 representantes de suas torcidas organizadas para debater violência contra mulheres em dias de jogos. O encontro, realizado na sede da Gávea, marcou a primeira vez que o clube promoveu uma mobilização desse porte.
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Segundo estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ameaças de violência contra mulheres aumentam 23,7% e casos de lesão corporal crescem 20,8% em dias de partidas nas capitais brasileiras. Embora os números não indiquem que o futebol seja a causa direta da violência, eles reforçam a necessidade de ações urgentes em ambientes de grande aglomeração.
Medidas de proteção em debate
O encontro contou com apoio da Secretaria de Estado da Mulher, do Ministério Público estadual e da organização Livre de Assédio. A iniciativa faz parte do protocolo “Não é Não! Respeite a Decisão”, que prevê capacitação e canais de denúncia para torcedoras.
Giulia Luz, superintendente de Enfrentamento às Violências da Secretaria da Mulher, destacou: “Futebol é paixão, mas deve ser também espaço de acolhimento e segurança. Garantir informação e acesso a canais como o aplicativo Rede Mulher amplia a rede de proteção e fortalece a presença feminina nos estádios”.
Arquibancada como espaço de transformação
A presidente da Bancada Feminina do Flamengo, Marion Kaplan, afirmou que o gesto une paixão esportiva e transformação social. “Hoje mostramos que a arquibancada pode ser usada para iniciativas positivas. Torcedores e torcedoras unidos pelo respeito às mulheres reforçam um Flamengo mais inclusivo e seguro”.
Ana Addobbati, fundadora da Livre de Assédio, ressaltou que ouvir histórias já é um ato transformador: “Quando uma mulher compartilha sua experiência, o acolhimento e o respeito abrem espaço para redes de apoio que salvam vidas”.
