O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quinta-feira (25) a criação de uma delegacia voltada ao combate de crimes contra o sistema financeiro, no mesmo dia em que foi deflagrada a Operação Spare, um desdobramento da Operação Carbono Oculto. A ação investiga uma organização criminosa que lavava dinheiro por meio de postos de combustíveis, fintechs e explorava jogos de azar.
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“Essa delegacia vai combater de forma estruturada o crime organizado, bem como a intersecção entre o crime organizado e a economia real”, explicou Haddad.
Segundo o ministro, a operação desta quinta-feira foi a quarta dentro deste âmbito, com cooperação de diversos órgãos, incluindo Ministérios Públicos Federal e estaduais, além das polícias militares. Nas próximas semanas, Haddad enviará a proposta da nova delegacia para o Ministério de Gestão e Inovação (MGI), que funcionará dentro da Receita Federal.
Operação Spare
A Operação Spare resultou do monitoramento das movimentações financeiras das empresas envolvidas, que movimentavam R$ 4,5 bilhões, mas pagavam tributos sobre apenas 0,1% do valor. Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, com apreensão de quase R$ 1 milhão em espécie, 20 celulares, computadores e uma arma de fogo.
O promotor Silvio Loubeh, do Gaeco, explicou que as investigações partiram da suspeita sobre casas de jogos na Baixada Santista. Dois postos de combustíveis foram identificados como pontos de lavagem de dinheiro, ligados a uma rede de motéis e empresas de fachada que movimentaram milhões.
O procurador-geral de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, destacou que facções criminosas têm expandido suas atividades para a economia formal e o ambiente político. As investigações indicam vínculos da organização criminosa com empresas do setor hoteleiro e a participação do PCC.
O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, defendeu maior controle na importação de petróleo e derivados, como parte das medidas para combater a infiltração criminosa na economia.
A operação contou com 110 policiais militares do Comando de Choque, unidades especializadas, agentes da Receita Federal e integrantes da Procuradoria-Geral do Estado e da Secretaria da Fazenda.